Geral

Parafraseando

Mensagem subliminar

 

Parafraseando a palavra.

 

Tem horas que temos que dizer chega. Em alto e bom tom. Para que não haja dúvidas de que a palavra foi ouvida. Nem que pra isso tenhamos que gritar bem alto. Então eu disse isso pra mim mesmo. Acho que eu mesmo entendi. E depois do entendimento eu cheguei mais pra lá.

 

Charles Silva

violência

E estas palavras que escorrem na vidraça ensanguentada,
numa tarde em que a chuva cai tumultuosa.
E estas palavras que escorrem junto com estas lágrimas,
p’la face carregadas de um sentimento obscuro.
E estas palavras que escorrem com o suor do nosso corpo,
numa noite em que corpos ardem de paixão.
E estas palavras que escorrem com o orvalho,
num amanhecer em que o sol raia esplendoroso.
E estas palavras que escorrem junto com o sangue,

sigo em frente

Percorro a cidade sem nome
por entre a multidão
à procura de . . .
Sem rosto nem emoção
Transponho o muro e caio no abismo
percorro as vielas sem rumo nem destino
Abalo entoando uma canção de corpo pendente
Possuído pela sombra do vício presente.

Indecifrável

Já era madrugada quando acordei assustado. O que havia acontecido nos dias anteriores me perturbava de tal maneira, que os meus pensamentos não me deixavam mais dormir. Uma mágoa atingia meu coração. Era um peso enorme e eu não conseguia me livrar desse peso de jeito nenhum. Fui até a sala sem fazer nenhum barulho e fiquei ali, sentado no sofá.

Saquinho de mágica

Corre, corre o saquinho de mágica...
Esparramando pó prateado de estrela ao vento,
Revelando magia,
Fazendo voar o pensamento.

Não tem coelho nem cenoura,
Tem cartolina e pincel colorido;
Recortada pela curva da tesoura,
Tem-se um mundo imaginário e infinito...

Sim salabim!
O saquinho não fica parado;
Tem mãos de criança,
Tem pés cruzados.

Quem aprendeu à mágica?
Dê um brado de alegria!
Pegue cartolina e pincel...

Náusea (memória a Sartre)

Rostos absurdos olham por sob sombras imperfeitas
À captura do erro perdido numa imagem acolhida,
Há muito ausente.

Anos vão e não voltam,
Doces melodias a volitar em caos,
Disforme na desordem,
Rosto decente a romper-se em chavelhos diabólicos.
Dama tempória
Tocada como cordas de violão desafinado.
Somo campos mortos nas esquinas vivas,
Palavras temporãs
Para que próximos as têmperas
Pousam breves brisas poéticas.

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