E o que somos?
Autor: CharlesSilva on Tuesday, 22 October 2013E o que somos?
Humanos? Civilizados? Evoluídos?
Ainda jogamos bombas uns nos outros, assim como foi com o tacape
Humanos? Civilizados? Evoluídos?
Ainda jogamos bombas uns nos outros, assim como foi com o tacape
Passado Presente
Pra mim chega, não escrevo mais besteiras e poemas melodramáticos
O amor já foi liquidificado e depois passado numa *arupemba de garimpo
Não impulsiono mais vontades mortas, nem o beijo que não foi dado
Mas se um dia, certo beijo foi importante, não sonhe mais com ele
Pois ele foi, então é PASSADO
Beijo no passado não é importante, pois não é PRESENTE
Charles Silva
*arupema
(Tipo de peneira usada por garimpeiros)
Foi no Carnaval
Ligue pro seu novo amor, não ligue para mim
Eu, nem terceiro plano sou, não ligue para mim
Faz tempo que o amor me deixou depois do carnaval
Foliões e passistas me viram por ai nos becos escuros
O carnaval passou e levou o amor pros braços doutro senhor
Não ligue pra mim, pois nem carnaval em mim sobrou
Charles Silva
Insanidade Social
Fiquei fora do mundo dos quase mortos de espíritos por muito tempo
Quando voltei, só encontrei indisciplina de postura e de brio
Não, digo eu, esse mundo não é pra mim, não posso ver TV
Não posso compactuar com um mundo onde a TV induz as pessoas
Basta um minuto fora desse mundo pra ver o tamanho da insanidade social
Charles Silva
Fora dos Padrões
O cair da tarde e seus múltiplos tons, combinam com pessoas exóticas
Assim como é, a beleza agressiva não está para contemplação dos olhos comuns
Pessoas exóticas não estão nos catálogos, nem nas listas normais, nem nas triviais
São pessoas que deixam o mundo comum para as pessoas figurativas
Embora essas pessoas sejam super decoradas, mesmo sem adornos artificiais
Ao direito de ser diferentemente convencional, mas fora dos padrões
Charles Silva
Olhos
Espetados em mim como navalhas.
A ferro e fogo
Destruo o que me consome
E nas chamas derrubo
O que me engole.
Em tristes passos cansados
Corro um trilho anguloso
E de braços desarmados
Ignoro o que até hoje aprendi!
Não é solução
Nem tão pouco evasão
É sim um pedaço de mim
Que pede libertação
E a correr deslargo tudo
E me ausento por um segundo
Vem do rio, minha alma cantando
É onda firme, triunfando!
Vou deixar a minha terra
Vou amar meu novo ser
Veio pelo ar e não esqueci,
Nunca poderia deixar fugir como água,
Este amor de carecido ângelus da manhã destas frontes tão abastadas.
Benfazeja ao espírito já quase mudo
Há tanto cego
Há muito surdo
Perdido pelas curvas das estradas de cada dia que nasci.
E se a morte de súbito, se suicidasse?
Quem, neste mundo, iria
Estabelecer a contínua ordem da vida?
Ficaríamos da mortalidade, desprovidos
Vivendo no ócio de nunca morrer.
Nossas peles enjelhariam-se, formando fendas negras onde
Milhares de bactérias se deleitavam
Nossos olhos seriam dois pontos clandestinos sob
Frias e cansadas pálpebras
Nossos membros cairiam despedaçados,
derrotados perante a irrelevância temporal.
Pega Leve