Geral

Na mesa

Hoje,nesta mesa,sozinha,escrevo já bêbada
Nessa mesa de bar com um copo ao lado, um copo e um guardanapo.

Nessa mesa boêmia de bar. Eu morro.
Morro de tédio e de álcool
Nessa mesa cheia de cerveja eu escrevo já tonta
Tantos pensamentos... Cabeça á mil.

O dia começa a clarear é hora de ir.
Não posso mais ficar nesse tédio,
Esse guardanapo... Esse copo... Esses garçons que me dão mais cerveja...Essa mesa boêmia morta...

Colocam a gente num tédio e numas inspirações fora do normal.

quadras esquecidas

Já meu coração se cansou
Anda aqui a contra-gosto
Foi o amor que o maltratou
Ou da vida algum desgosto.

Canto e p'ra meu desespero
Vou cumprindo sina minha
Agora o que mais quero?!
Só eu sei, quem adivinha?

Lá da terra donde vim?!
Do lugar não reza a história
Mas vos digo ainda assim
Que não me sai da memória.

Há searas de trigo loiro
Ao sol e ao vento a ondular
Ao longe ficou meu tesoiro
Mas vivo para o recordar.

a vida e eu...

a vida e eu...

O tempo marcou-me as feições
nas palavras deixo a mágoa
trago sonhos e ilusões

e os olhos rasos de água
pareço pássaro aturdido
com a luz do entardecer
por entre a folhagem escondido
vou deixando acontecer.

Trago a saudade no peito
como se fosse feitiço
para o qual não há jeito!
Assalta-me a qualquer hora
é viagem onde me perco e me invento
me alegro, entristeço,
e anoiteço,
quando de mim se assenhora.

Pedaço de universo

Pedaço de universo

 

Eu não sou eu, sou apenas um pedaço, é que de mim não enxergo tudo, isso é fato. Muitas vezes enveredo pelas partes de mim que eu mesmo desconheço, então perco de vista o lado de mim que já conheço. São encruzilhadas, corredores, labirintos, ruas, montanhas e desertos, para ver-me por completo, tenho que enxergar quase que um universo. Nesse caso sei que não é possível enquadrar-me por completo, então me conformo sendo um pedaço do que sou, dentro de um pequeno universo.

 

Charles Silva

Nostálgico

Nostálgico

Às vezes eu gostaria de viver em outros tempos

Tempos que o romantismo estava na moda

Tempos que o poeta era respeitado

Talvez eu fosse mais feliz naqueles tempos.

 

Imagino-me em outro século

Com as vestes e os costumes já considerados retrógrados

Com um chapéu e um relógio de bolso na mão

Escrevendo meus versos com penas de um parco prosador.

 

Tenho saudades de um tempo que não vivi

Tenho deveras um sonho

Sonho de um dia poder viver assim.

 

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