Geral
Quando escrevo
Autor: camille sirat on Friday, 19 July 2013Quando escrevo parece que o mundo pára.
O dia fica lento e as noites ficam mais rápidas
Meus pensamentos ficam á mil.
Quando eu escrevo parece converso sozinha com o papel
Parece que meu tédio acaba
Minha vida fica organizada
Minhas dores cicatrizam.
Quando eu escrevo eu vivo de novo
Eu posso falar o que eu não conseguiria.
Eu escrevo não para os outros.
Mas para eu guardar num caderno ou numa pasta.
Para que ninguém e ria de mim.
Quase desisti
Autor: Leandro Yossef on Friday, 19 July 2013Quase desisti
Como eu lutei contra tudo que sonhei
Como tentei obliterar tudo que um dia eu ia amar
Como vivi enclausurado sem o meu legado
Como vivi errante e sem alegria por falta da poesia.
Por muito tempo eu lutei contra tudo que eu sentia
Não queria saber de poesia
Tudo que um dia eu escrevera
Perderam-se em meio à poeira.
Todas as métricas e rimas toda a perfeição
Que com tanta ternura eu fizera
Não dei o valor que pudera fazê-las mais lindas e belas
A enfermeira
Autor: CharlesSilva on Thursday, 18 July 2013Finalmente a paz reina no meu chão, que emoção
Alguém trouxe cobertas para o frio dos meus pés
Com ela também veio o calor que eu precisava
Suturas nas feridas foram feitas com todo cuidado
A hemorragia cessou, o sangue esquentou
Não foi necessária uma transfusão, só carinho
O coração voltou ao seu ritmo normal
Além disso a enfermeira é linda de morrer
Charles Silva
Aeroportos
Autor: CharlesSilva on Thursday, 18 July 2013Aeroportos
A nova poesia está nas telas, ávidos olhos leem
Um brinde ao passado, um copo de cerveja quente estragado
Venha sim a nova taça de vinho refinado, gelado
Amanhã estarei do lado de quem ora sabe de mim
Serei mais que teu homem, mais que amigo, um abrigo
Eu te cuido, tu me cuidas, cuidamos nós de nós
Fica bem, fico bem, estou bem, fiquemos bem
Temos dinheiro, e os aeroportos não saem do lugar
Charles Silva
Mulher de busto
Autor: Adriano Alcantra on Thursday, 18 July 2013A vez primeira que ela foi vista,
Seviciadas eram as palavras numa pacata voz,
Qual se amada doce nos trovões suaves
De dias quedados perante horizontes inteiros.
A idade cumprimentou o tísico tempo
Ai de nós! Ai de nós!
Mulher de busto sol-posto
Amarelo borrado de vermelho
Tarde penetrada lentamente pelo ouro quente.
Quem sois?
És para mim cabotino sem graça
Pobre amargo, louco sem dente...
Joana amava assim
Autor: CharlesSilva on Thursday, 18 July 2013Joana amava assim
Joana era assim, qualquer pequeno espaço, corria pra outros braços
Joana era assim, qualquer pausa, em outras pernas encaixava
Joana era assim, quando brigava, outros lábios beijava
Joana era assim, por vingança, os amigos levava pra cama
Joana era assim, se entregava pra outros homens
Joana era assim, se entregava pra outras mulheres
Joana era assim, cobrava atitudes, quando as suas eram assim
Joana era assim, dizia que amava, mas amava assim
Charles Silva
quadras ausentes
Autor: natalia on Thursday, 18 July 2013
Já fui nova, novinha em folha
Mas ai de mim, já nem sei!
Se o espelho quando me olha?!
- Pensa que outra serei!
Nem sei qual estou sendo
Pois ai de mim já nem sei!
Meus olhos verdes morrendo
- Depressa daqui me irei.
Já fui de amores e afagos
Já fui ave do céu com ninho
Já fui dum cacho seus bagos
Agora que sou? Nem adivinho!?
- Já fui moça estremecida
- Um pedaço de horizonte!
- Já fui lezíria de Vida,
Hoje? Não passo dum monte.