Minha Casa
Autor: CharlesSilva on Wednesday, 10 July 2013Minha Casa
Minha Casa
trémula a última estrela
soltam-se palavras na memória
a dor ri de mim
é tanta a sombra que me envolve
no escuro
debalde a claridade procuro
no tempo que me tem,
e só é a saudade que vem
do tempo de além.
tiro da gaveta o linho
com o olhar turvado
morro como um passarinho
com seu cântico acabado.
MINHA CARA
Esta é a minha cara, barba branca, cabelos brancos, olhos claros, muitas rugas vindas com o tempo. Minha face, meu rosto, minha cara, não importa como a chame. Amo cada um dos meus fios brancos, respeito todas as minhas rugas. Elas têm muitas histórias pra contar, tem o gosto doce de dias felizes, o sal de dias insólitos, e muitas lembranças guardadas. Essa é a minha cara. Há quem goste.
Charles Silva
SOU
UM POEMA
E VOU VER
A TI.
AMO DE TI
AMO DE SER
AMO.
SOU EU
SOU DEUS
E AMO
DE TI.
Estado de Espírito
Vou inventar uma versão romântica de mim mesmo. Quem sabe dá certo, esse modelo atual está muito chato. Nem moderno, nem pós-moderno, nem antiquado. Talvez uma versão mais futurista me caia bem, se eu fosse um carro eu ia pra um lava jato. Acho que preciso ré inventar um novo estado de espírito.
Charles Silva
Chupando Manga
Papel de pão
Fiz meu primeiro bilhete num papel de pão. Era um bilhetinho acanhado, mas lá estava todo o meu coração. Aquele foi meu primeiro bilhete pra minha primeira paixão. Lá estava eu todo feliz autografado num pedaço de papel de pão.
Charles Silva
O silêncio de Raquel
O barulho surpreendente do silêncio
Contradições e paradigmas não devem ser claros
Claros são os olhos de Raquel
Mesmo em seu silêncio
Há discursos intermináveis
Feliz sou eu por conhecer tua feliz pessoa
Se for surpreendente ouvir o silêncio
Porque o próprio silêncio cala pra te ouvir
Charles Silva