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Amor muda?

Amor muda?

 

Ter você ao meu lado basta de bastante.

Bate, bebe, cala com coragem o coração.

Acalma a alma e entorpece a fala.

Circunda-me de flores, de pássaros, de cirandas.

 

Passado, presente de uma vida consumada.

Vida existente, atraente pela recompensa do amor.

Vida cara, amor raro!

 

Amado o que queres que te diga se amor não fala?

Sei que eu te amo,

Que foi também o que amei,

O que já não é mais o que é, porque amor muda.

Amor muda?

 

E eu viageiro de mim

E eu viageiro de mim…

Tenho pressa de não ter distâncias,
de me encontrar frequentemente
no remanso da minha mansidão.

A espontaneidade é que me guia
pelo imprevisto dos caminhos
rumo a uma qualquer direcção…

No tempo
no espaço
que traço
num frenesim,
cá dentro
no pensamento
num encalço
fora de mim.

Por sendas e veredas me comovo
num espanto de vida e de magia,
neste bem querer, de navegar…

À DERIVA

Ó vento que insistes

Em soprar em turbilhão

Não leves nas tuas asas

A essência da razão.

 

Ó chuva impiedosa

Que alagas a nossa calma

Não arrastes nas tuas águas

A génese da nossa alma.

 

Ó mar imenso, imponente!

De vagas tão grandiosas

Agradeço

Agradeço

 

Agradeço tua passagem em minha vida

Agradeço pelos muito bons momentos de risos

Agradeço pelos momentos ruins, pelas brigas

Agradeço pelo ciúme, pelos palavrões ditos

Agradeço por teres me traído só pra humilhar

Agradeço por ter te traído também

Agradeço por teres saído da minha vida

Agradeço por agora andar em paz, sozinho

 

Charles Silva

Eu, Fado

Eu, fado, negra sina do destino
Quais as penas? Pensamento...
Que sombras tristes, desatino
Não me perca o esquecimento.

Quando e qual ilusão, afronta
Me mastiga o interior?
Em que horas me amedronta
E me perco sem rubor?

Que desculpas tenho eu?
Em que sonho já perdido?
Se memórias já sou eu
E nas memórias sou esquecido.

Pai! Os velhos trigos que vivi

O mundo cantou a música da vida
Nós dançamos feito sapos contra insetos de chuva,
Só escorreu tinta avessa de pulmões intermitentes
Nas sacadas dos velhos telhados envelhecidos.

Olharam com cuidado
E o que pareceu-nos foi refresco
De brisa triste fincada às persianas de domingo.

Longe dos novilhos
Dos pastos
Do doce dos sucos.

Fugiram todos mais todos mesmo
Assim, quem foi parido resmungou um palavrão
Em forma de ódio
Daqueles que cheiram a última vaca parida.

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