Geral

Que sou eu

 

Quem sou eu

Sou Judeu não ateu

 Sábio um tanto louco

Médico um pouco Monstro

Roqueiro amante da bossa nova e MPB

Sou o poeta que não sabe o que é amar

Sou tudo e nada ao mesmo tempo

Sou aquele que toca guitarra invisível no ônibus...

Sou aquele que vive sorrindo à toa e que chora sem motivos

 Sou um ser estranho pernóstico

Sou o que não sou também não sou o que sou

Sou uma metamorfose constante redundante

Mudo de revés sem motivos talvez

COMO TE COMPREENDO...

Justiça! Onde paras minha amiga?

Tento encontrar-te por toda a cidade

Não sei o que é feito de ti!

Fizeram-te mal?

Tiraram-te a virtude de seres justa

E desapareceste com vergonha de ti própria?

Foi isso não foi?

Bem me parecia.

Andam tantos malandros

Tantos criminosos á solta

E tu nada fazes

Sentes-te impotente

Castrada, pois é

Mas quem te faz tudo isto?

O voo da vida

Voam os abutres
Dos altos penhascos ilustres
Sobre os rios tristes da realidade
Libertos de vaidade.

Voam com o vento
Nas asas do pensamento
Através do mundo
Que acorda sorrindo.

Nas horas frias do relógio
Na cede do elogio
Tudo voa num segundo
Nas mãos do vagabundo.

Inventam-se arraiais
O barco baloiça no cais
O Sol deita-se no horizonte
Voam os pardais da fonte.

MILICIANO

Aquela mão assassina,

Que trucida e chacina, 

crianças de rua.

 

É a mesma, já festiva,

Que afaga e cativa,

Os cabelos da sua.

 

Sem complexo de culpa, 

Nem dó, nem desculpa,

 Guarda sua arma.

 

E, no momento seguinte,

Dorme, com todo o requinte,

Um sono leve, sem trauma.

 

A mesma mão que golpeia,

É aquela que semeia,

Rosas no quintal.

 

E, uma hora depois,

Lê a tragédia na página dois,

Comendo um lanche frugal.

 

 

Única

 

Única

 

Só temos, ela!

ela é única, no meio de tantas.

Diferente por vários detalhes,

Unidas por tantos detalhes.

Feita para sorrir, mesmo com desejo

De chorar.

Não para por nenhum segundo

Pois feita para seguir.

 

A dor faz parte dela, mas também.

Flora o amor.

Ela é bela e singela

Tem grandeza

Tem valor

Tem o azul do Céu e o calor do sol.

Tem o mar pra refrescar e a lua pra

Contemplar.

 

Asas

 

Eu queria subir até ver os céus de cima,

Entender o segredo dos pássaros,

Ir além deles

Pisar nas estrelas,

Beijar a lua,

Deitar nas nuvens

E descobrir o que existe acima de tudo isso.

 

E então voltar,

Pisar o chão

E olhar o céu de baixo.

Entender o segredo dos homens

Fazer mais que eles

Pisar nas ruas,

Beijar o vento,

Deitar nas águas...

Entender os homens, ser um deles

Mas ser mais que eles,

Ser um homem feliz,

Um homem realizado.

 

Evolução

 

Evolução

 

Como observa a evolução!?

 Se necessário parar de viver

para apenas obsevar!

Mas como retornar a vida!?

 

Então escolho parar de obsevar

E seguir sem objeções as normalidades

Do irreal!?

 

Ou simplesmente mergulhar em uma

Loucura lúcida

Procurando os sentidos  de coisas

Que não fazem sentido.

E suicidar o corpo, para que a mente

Consuma toda carcaça.

Em um foda-se 

Liberando qual quer emoção

Tardes de aleluia

Eram metais os rostos vivos em desuso
Qual se nutre de bafio morredouro,
Terrívomos em diálogos,
Mênstruos enciumados em taças delicadas
Sobre espíritos mutáveis
Das horas que nunca foram outras
No medo de vir à luz
Ou em degredo ferido do que és.
A tarde de aleluia dir-te-ia que fora
O já é
Sendo concertos no ater sonolento
Da passagem rápida do dia.

Pages