Geral

Sentido

Poeta sozinho no escuro,
com crânios de estimação
ao lado, às folhas do mundo
na perícia de um escrivão.
À procura de um fascínio.
Aquele que dá vasão a tudo,
acusado por morticínio,
limpa a alma do sujo
agir dos homens, mas
na contramão do fugir,
concomitante, ele apraz;
a ínfima fagulha do existir.
Confunde amor e ódio,
regurgita o instinto de viver
enquanto afirma o ópio:

Pedido

O amor , precioso e de grande efeito, curativo elixir
Único na vida para sempre todo humano usar
Quero as feridas que doerem, ver extinguir
Amor espiritualizado suavemente na vida cuidar

Deus! , por favor mais uma vez me  acuda!
Eu preciso tirar minha musa, do meu intenso sonhar
Sem ser perfeita , esse afeto será espetacular ajuda
Grande amor, deverás na Terra que venha se perpetuar

Rua Arapiraca

A acarinhar alguma parte de minha memória
meu modesto e o que parecia ser meu eterno canto
que conhecia as solas de meus sapatos, a rua de meu encanto
desfigurada toda esta mocidade, hoje tristeza compulsória

Peço a Deus a humildade como o rei Salomão
mas confesso não apenas as cinzas e as criaturas vivas
como Josias eu era o rei jovem de obras inventivas
todas as crianças faziam parte da corte sem solidão

Minha rua era a arena da nossa perpétua união
as horas eram intermináveis de animação
Já fomos heróis , do beco do batman

QUADRO

Vem girando em uma aguarela aínda líquida de vapor fino, Arte estonteante entre meus dois olhos Eu lírico dos tambores sem percussão versos sem sons cão que ladra na esquina abana o rabo e depois te morde com fome de verbos e Letras que me prende em presas caninas, assim se pintou o quadro geral..

Corvos (Wrony)

Como um corvo, sou solitária,
sempre nas frestas da rua.
Sou livre, mas trancada na cela
Maternal...

Quero ser amada como uma pétala,
onde o aroma agrada sua jardineira.
Quero voar feito um corvo nas paisagens,
das nuvens...

Os meus amigos imaginários validam
a falta de afago que vossa pessoa não deu;
desde do monstro mar ao poliglota
gentil...

Impostor de sentimentos genuínos

Impostor de sentimentos genuínos,
após anos de funesta lamúria,
acordo do sono adentro no ímpio.
A mentira que contei para outrem
balsama-me o coração sujo de graxa,
sua negritude é a metáfora da inação:
escura, sem vida e com odorosa ilusão.
Eis a suma de minhas palavras soltas.
Provérbios, frases e poemas falsos,
tudo em nome de impostura; medo
talvez em querer se deleitar no colo
de quem queria me proteger com seu
afago carinho, mas que para mim era
apenas educação ou dor de consciência.

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