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Quem é que vai por aí

Quem é que vai por aí
aflito, místico, nu?
Como é que eu tiro energia
da carne de boi que como?

O que é um homem, enfim?
O que é que eu sou?
O que é que vocês são?

Tudo o que eu digo que é meu,
vocês podem dizer que é de vocês:
de outro modo, escutar-me
seria perder tempo.

Não ando pelo mundo a lastimar
o que o mundo lastima em demasia:
que os meses sejam de vácuo
e o chão seja de lama
e podridão.

Poeta...

Tu que filtras a beleza do mundo para as tuas palavras,
que vês muito mais do que olhas,
sentes muito mais do que te é permitido sentir,
dás da alma tua verdade,
do coração as miragens dos teus sonhos...
Fazes-me viver em tuas silabas,
morrer em tuas estrofes,
na tua poesia eu encontro teus olhos,
no teu poema eu sinto o teu coração...
envergonhas a hipocrisia do mundo com tua sensibilidade,
mostras a quimera desse mundo só teu,
levas-me pela mão sem nada pedir em troca,
não queres que te entenda,

Com música forte eu venho

Eu rufo e bato o tambor pelos mortos
e sopro nas minhas embocaduras
o que de mais alto e mais jubiloso
posso por eles.

Vivas àqueles que levaram a pior!
E àqueles cujos navios de guerra
afundaram no mar!
E a todos os generais
das estratégias perdidas,
que foram todos heróis!
E ao sem número dos heróis maiores
que se conhecem!

* Walt Whitman em "Canto a mim mesmo"

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