Uma gargalhada de rapariga soa do ar
Autor: Alberto Caeiro on Friday, 8 February 2013
Escrito em 12-4-1919.
Uma gargalhada de raparigas soa do ar da estrada.
Riu do que disse quem não vejo.
Escrito em 12-4-1919.
Uma gargalhada de raparigas soa do ar da estrada.
Riu do que disse quem não vejo.
O macho não é menos a alma,
nem é mais:
ele também está no seu lugar,
ele também é todo qualidades,
é acção e força,
nele se encontra
o fluxo do universo conhecido,
fica-lhe bem o desdém,
ficam-lhe bem os apetites e a ousadia,
o maior entusiasmo e as mais profundas paixões
ficam-lhe bem: o orgulho cabe a ele,
orgulho de homem à potência máxima
é calmante e excelente para a alma,
fica-lhe bem o saber e ele o aprecia sempre,
tudo ele chama à experiência própria,
qualquer que seja o terreno,
A COR DO CORAÇÃO
DE UM
É AZUL
A MINHA
É VERMELHO
SIMPLES DE VER
UM POEMA
É SEMPRE LIDO
MAS QUE RAIO
ANDA METIDO
Peçonha
À maneira das serpentes
Rastejamos sinuosamente.
A diferença é que
fazemos isso na vertival.
Não sei por onde ando,
hoje não sou dona de mim,
pertenço à imensidão das horas,
que me corroem sem fim…
Soltei o grito calado,
que sufoca a solidão,
e nas asas do vento,
deixei ir o coração…
Sinto a brisa tocar-me,
embalar o meu lamento,
no bailado das ondas do mar,
afoguei o pensamento…
Deixai-me ir sem destino,
porque me quero de mim perder,
por vezes prender-me em mim,
é mais cruel que morrer…
Ártemis
PASSO
TU
VI
E LI.
COMO
FOI
QUE
ME
ENCONTROU?