VERSOS A *
Autor: Guilherme de Azevedo on Thursday, 13 December 2012Eu sou, mulher suave, aquelle antigo louco,
O triste sonhador que o teu olhar cantou,
E que hoje vae sentindo, o sonho, a pouco e pouco,
Fugir como o luar d'um astro que expirou!
Que morra, porque, emfim, bem longo elle tem sido
E tempo é já, talvez, da Morte desposar
O sonho que em minha alma entrou como um bandido
E só da vida sae depois de me roubar!
Eu devera amarral-o á braga do forçado,
Como a Justiça faz aos despreziveis réos,
E lançal-o depois á valla do passado
Aonde o fulminasse a colera dos céos.