o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Friday, 17 November 2017as questiúnculas purificam quem alcança transgredir os desenganos num cerco requintado ao fado existencial ou quem tergiversa pelos lugares onde se regurgita a esperança.
as questiúnculas purificam quem alcança transgredir os desenganos num cerco requintado ao fado existencial ou quem tergiversa pelos lugares onde se regurgita a esperança.
os trilhos corroídos pela inveja resultam num aprimorado e chamejante lugar que fomenta a meditação: são frívolos riachos que a memória vai explorando para banir da consciência os vínculos transitórios; são narrativas consentâneas com os logros do poeta.
o pensador desliza no adro da beatitude removendo as impertinências dominantes; subjuga a tradição ao colmatar as suas brechas com vocábulos rigorosos; celebra as suas narrações com reclamos aprimorados.
o fantasista atravessa o sustento para verter os delírios que o acalentam nos socalcos da bestialidade com traumatismos que exterioriza pela garganta da reflexão.
Quem me dera a admiração de lhes
dirigir-se até mim,
tão somente me olhaste com vigor,
não para o que jás forjado,
simplesmente para aquilo que sou.
Todavia meu espírito se alegra,
outrora chorava,
pelo erro escolhido,
me pesaste.
A palavra de um tolo,
soa como um alarde,
a palavra de um sábio,
ecoa pela eternidade.
Quem me dera, me olhaste com vigor,
não para o que jás forjado,
mas, somente para aquilo que sou.
eu amplificava a tristeza quando reassumia os afetos com uma nomenclatura desvairada ou quando a puerícia tinha razões que eu ia desbulhando sofregamente.
os fardos que capturo na minha redoma têm figurações que vou retalhando em gomos de inspiração com uma singular habilidade para usufruir dos relatos que excitam os tratados de sabedoria.