rumores essenciais
Autor: António Tê Santos on Thursday, 6 July 2017desprezo a carapaça mundana quando perfuro os dísticos que a minha lembrança consome e quando me exprimo com os vocábulos que a modelam.
desprezo a carapaça mundana quando perfuro os dísticos que a minha lembrança consome e quando me exprimo com os vocábulos que a modelam.
tenho a postura dum cavaleiro errante que a memória vai arrebatando à tirania ao propalar as desmesuradas insurreições.
as palavras comovem quando entram na sua bagagem sermões inauditos onde se agitam juízos sagazes e rumores embriagantes.
desfloro um olhar analítico sobre as posturas crassas que fortificaram os meus ímpetos; prossigo transferindo-me para o lugar onde o sonho colmatou as brechas do lazer.
"Aquilo que você tanto procura
não está nos outros
há vocábulos entretecidos por ideias que se desprendem do ócio para aterrarem no cerne da misantropia.
A árvores não fogem
e as lágrimas não apagam incêndios..
as palavras soltam-se quando as equimoses são recolhidas e transudadas ou quando me sustento do monturo que cinge o meu olhar abrangente.