Ah, as mágoas
Autor: DiCello Poeta on Tuesday, 2 May 2017Elas queimam... ardem
inflamam a alma
são frutos podres dum passado
Elas queimam... ardem
inflamam a alma
são frutos podres dum passado
há mágoas dependuradas na escadaria das ideias: são bosquejos dum passado que contornam a agonia para assentarem nas miragens do lazer; são circunvoluções que registo para que o esmero trespasse os conceitos que estruturo.
espalho o meu odor sobre os naufrágios que silenciam os momentos da redenção capturando as ondas que se quebram nos rochedos da memória: são impulsões esquivas e perturbadoras que os meus sonhos edificam numa alegórica conjuntura.
as utopias que me ocorreu timbrar nas faldas duma montanha fragosa com os efeitos irrefutáveis que a memória escavou no centro de elocuções patológicas.
Permanece exigente,
Transparente comoçao.
Amanhece diferente,
Permanente inquietação.
as proezas de quem tem o favor do acaso oferecendo-lhe a postura dum espantalho que a luz do dia golpeou: a sua vida integra máculas enrugadas que a ventania desnivela quando o carimbo das asserções o quer entronizar.
introduzi nos veios da liberdade narrativas esboçadas por morosas vicissitudes: pastoreei o ócio em angustiadas digressões pelas brigas citadinas para depois cavalgar nas ondas da loucura.
Aproveito o desleixo dum azar de quem é louco,
Vou me tornando como o Aleixo, um poeta do povo.
Sou poeta do pouco.
Poeta onde cada poema é dedicado ao sono.
Se tiver que viver assim,
Assim como tenho vivido.
Posso viver triste,
Mas diferente não teria sido.
Como posso eu viver,
Quando para viver é preciso razão.
E se a razão de eu sofrer,
Não quer ter conclusão.
Gostava tanto que soubesses,
O quanto gosto de ti.
Dizer-te que mereces,
A paciência é a última das virtudes.