Meditação

Um novo começo sem comparação...

Enchi o vazio dos meus silêncios
 
com coisas coleccionadas na orla
 
da harmonia fascinada pelo canto
 
ruidoso da vida
 
Agitei todas as quietudes apaziguadoras
 
e essenciais à luz que se estende madrugadora
 
nas igneas chamas de vida que brotam em ti
 
tão avassaladoras
 
 
– Percorri toda a serenidade prescrita
 

PUDERA EU SER

Pudera eu ser mar, poderoso e forte

Que nada teme, na sua vastidão imensa!

Pudera eu ser pedra que não ri nem pensa

Pudera eu ser vento, ser o vento norte!

 

Pudera eu ser trovão, com o seu poderio

Ser luz, ser sol, que ilumina a alma!

Uma alta montanha, um imenso rio

Trazer no seu leito, o amor, a calma…

 

Olhar Divino

Num tempo propicio
 
será hora de renovar a alma
 
fazer desabrochar novas alegrias
 
nesta simultaneidade de horas fecundas
 
onde me abrigo e deixo que germine
 
toda a vida acontecida num tempo
 
religiosamente saudado de improviso
 
 
– Toca-me somente os sentidos
 
onde me farto inteiramente ávido e remido
 
Decifra minha palavras

Nunca digas adeus

Quis despedir-me
 
dizendo adeus
 
expor-me imaginando-te
 
longe destes braços meus
 
Mas encontrei-me no limiar
 
da mesma fronteira onde
 
nunda mais te direi adeus
 
mesmo que necessária esta despedida
 
além, comprometidos
 
nos encontraremos
 
envoltos na mesma indumentária
 

Transtorno

Desfiz-me por inteiro,
Agarrei as mesuras de meus sentidos,
Como que recaia na vista entreaberta e encarnada-mente envenenada,

Sobrepus em minha carteira de cerejeira com vitral suave,
Quantos sóis e cometas bruscos,
Um pequeno infinito em uma limitada tábua rasa,
Grandes e altivas alienações...

Vigilante de galáxia em galáxia,
Porteiro da minha própria Fantasia,
Que confusamente avivo de alma ou capricho a mim cingido.

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