Meditação

A indiferença do presente

 

O universo flui no seu devir

Indiferente aos constrangimentos

Que cada mudança acalenta.

Segue pacificamente o seu rumo,

Convicto da sua missão a cumprir.

E no despertar de cada manhã,

Ou no seu entardecer,

Amavelmente nos presenteia …

Com a ternura da sua beleza,

Mesclada na infinidade…

Da panóplia de tonalidades,

De emoções sentidas e vividas

E de movimentos circunstanciados,

Que com os seus braços nos abraçam,

Proporcionando o conforto desejado.

Na sua missão mais pura

um visceral discernimento

os poetas padecem os solavancos da vida para depois lhes justaporem os antídotos cáusticos que reverberam as suas vigorosas objeções; congregam nos seus reflexos as impressões geradas pela textura dos seus anseios; introduzem nos seus refúgios os enlaces de salubres pensamentos.

PÓS-QUANDO

 

PÓS-QUANDO

 

Quando a última estrela

visível ou não

se apagar

que mais restará?

A não ser um vago silêncio

de ausência

que permanecerá

na eternidade sombria

quando os deuses das leis

astrofísicas forem extintos.

Quais serão as equações

que descreverão a nova ordenação

do cosmo?

Decerto não haverá vida nem matéria

Nem entropia nem tempo nem nada

que justifique o paradoxo

de que “no universo

nada se cria nada se perde

tudo se transforma”.

Uma parte de mim

Uma parte de mim e festiva!
Outra ainda se enluta em querer a vida ,
Festiva parte humana feita de pó
Eu que sou quase feliz,
E de tantas lágrimas em secreto , não compreendo
O mundo lobo, aurelius de um bom tempo que me vem a carecer
Porque também foi me dado agonia...
Transito em profundo sentimento
Devido a loucura dos dias
A embriaguez das noites : doses cavalares de solitudinem
Fatores rudimentares da sobrevivência imbecil
E uma Transitoriedade fundamental
Não é ausência de prazer nem de viver ,

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