Natureza

Vivificante saltitar

Saltitando de ramo em ramo,

Como se fossem somente uma nuvem de sonho

Brejeiros cantarolando o extâse da vida

No seu canto carregam toda a fragilidade

Que jaz no exuberante cosmos,

Criado por aquele que eternamente procuro

Sonho desfasado neste corpo que padece,

De não te sentir neste mundo que percorro,

Desenhando esta longínqua estrada

Que os pardais suavemente pintalgam

Para depois eu crer

Que a sua singela canção,

Foi cantada para mim, na minha estrada

Cândida Lua

Esplendorosamente brilhas no céu que anseio

Seduzes-me com sonhos de cores mil

Os teus raios intensamente me fascinam

E contigo o meu olhar se prende.

Lá no alto de mim pairas solene

E o brilho do teu ser, delicadamente me ofusca

Feiticeira de nublada e inquietante tez

Inundas-me de telúricos encantos

Eternamente desejando o teu rosto tocar

E em ti a minha alma desfrutar.

Inatingível, singelamente me transtornas

E as minhas vísceras por ti desesperadamente reclamam

Chuva

Cai miudinha, tão solenemente
De mansinho acariciando os seres que toca
As andorinhas, nem rasto delas
Recordo apenas o seu estonteante voo
Que abraço em horas de nostalgia.
E esta chuva tão abençoada em mim desenha,
Uma desmedida ânsia de viver,
E neste momento partem horas de angústia

Natureza

Nas minhas entranhas habita o teu ser,
De verde flor transborda na minha alma
E por ti e em ti, o guerreiro em mim renasce
E choro lágrimas de dor, por ti amargamente sentidas
No ventre da Terra que embala o meu ser,
Teus ramos sofregamente me abraçam

Trilogia

Reflete a minha relação com a natureza da aldeia onde moro, mais concretamente com o mar.

 

Trilogia

 

Oh ! Mar.

Oh ! Areia.

Oh! Beleza.

Da minha aldeia.

Só convosco me sinto bem.

Triste e feliz como ninguém.

Do mar preciso.

Um lugar do paraíso.

Têm um extenso areal.

Vai desde a insua a arda, passando pelo praial.

Deixando um cheiro a maresia.

Recanto idílico desta nossa freguesia.

 

 

Livre Para Voar

No sertão eu vivia solitário

Mas tinha um grande amigo

Desde pequeno viveu comigo

Hoje ele e um velho canário

Preso a uma gaiola ele cantava

Toda manhãs ele me despertava

Por muito tempo ele fez esse cenário

 

Um dia doente ele amanheceu

Era triste o semblante seu

A partir desse dia deixou de cantar

Pensei em lhe dar liberdade

No coração já existia a saudade

De vê-lo partir e não mais voltar

 

Mais o tempo foi passando

E a morte parecia certa

Quando A Primavera Voltar

De manhã senti o vento meu rosto tocar

Agradeci a Deus o ar puro poder respirar

Pela essência, que alimentava o meu viver.

Deus quanto tempo fiquei longe de ti

O mundo que fez para mim eu esqueci

Uma nova historia deixei de escrever

 

Perdi a alegria de uma primavera linda

Os perfumes das flores estão aqui ainda

Esse instante eu deixei de vivenciar

A primavera se foi, e veio o verão.

Hoje vou abastecer o meu coração

Estarei aqui quando a primavera voltar.

 

tonyramos

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