Natureza

POR DENTRO

 

 

 

ando

como se tivesse nas pegadas

halteres de fisiculturismo

e quando a chuva

inunda de asas

o êxodo dos insetos

sou o halo da existência

e seu contato com a estação

e

sem querer

me vejo através dos flocos

de voragem

que me desatam a névoa

dos olhos

como borboletas assépticas

soltas

na atmosfera

sem enigma de aragem

ou tolice de hera

 

CARACOL LUMINOSO

acolhe-me o luar de cobre
sobre este teto nobre
(desejado como o céu das noites
castanhas)
invadido pela ousadia da lua
ou de um caracol luminoso
no atol das contingências naturais
incandescencia de chama
orvalho laminar
que passeia em folhas sem guarida
-provisória estadia
sobre tenras superfícies-
ribeirão que irá findar-se na alva
(fio curvilíneo
de incompreendida ação -
águas que não se retém nas mãos

CARACOL LUMINOSO

acolhe-me o luar de cobre
sobre este teto nobre
(desejado como o céu das noites
castanhas)
invadido pela ousadia da lua
ou de um caracol luminoso
no atol das contingências naturais
incandescencia de chama
orvalho laminar
que passeia em folhas sem guarida
-provisória estadia
sobre tenras superfícies-
ribeirão que irá findar-se na alva
(fio curvilíneo
de incompreendida ação -
águas que não se retém nas mãos

Larva ou borboleta

Trilhamos sempre um caminho
Destinado ao belo ou ao feio
No trilho exaspero das flores
Ou então na ventania de verão

Larva ou borboleta do jardim
És dono da metamorfose
Mas ao trair a coragem,
Regressarás ao lado estupefato

Rastejarás nas entranhas do tempo
Ou baterás o voo eterno
Para uma manhã de garoa inefável?
Não se enclausure no casulo 

Vislumbre de um pássaro

Dizem que emoção é boa
Acho que é uma ova
Vejo um bem-te-vi à toa
E entendo agora.
Seu cântico é bálsamo,
Sou um pirata bêbado,
E meu pensar, náufrago.
Zonzo e sem sossego.
Nas marés tempestuosas.
Abanam a vida invejável
O voo das asas fogosas
Mostra um ser louvável.     

 

A natureza

Floral da musa mais bela
que imanente vontade singela,
enxuga gotas de oferenda
pura, o céu: a nuvem cinzenta.
A divindade de outrora acorda,
em água ao jardineiro que aflora,
terra formosa para o banquete
da natureza em doce deleite.

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