Pensamento

Ausência

É nas madrugadas que me encontro

Num encontro secreto comigo.

Tento fugir ao confronto,

Tento… mas não consigo.

 

Procuro na minha ausência

A presença dos valores

Que entoam na consciência,

Perdidos nos dissabores.

 

São vozes que nego ouvir

Que criticam ingenuamente

Quem se entrega ao sentir.

 

É o viver do momento,

O concretizar na mente,

O materializar do pensamento.

Triste ilusão

Triste ilusão

Creem ter findado a corrupção
E sanado os problemas da nação
Ao impedir mulher honesta
E por no poder gente que não presta.

Estão satisfeitos e felizes
Inflam o peito e empinam seus narizes
Apoiando princípio moral desmoralizado
Que não vale Para Todos, só para um lado.

Gente que tem muito mais do que precisa
Cinquenta calças, dez carros, cem camisas.
Gente que não suporta e fica incomodada
Com ajuda ao pobre que não tem nada.

Desapego

O tempo mora na alma

de quem aborda a vida

na sua forma calma,

na sua essência contida.

 

O desejo rouba ao tempo

a dança oculta do querer.

As convicções são contratempo,

espectros que se negam ver.

 

Dispersam-se na alma os receios

de quem agora na vida

dispensa os ambíguos rodeios.

 

Talvez seja apenas o desapego

de uma conformidade perdida,

de um desdenhar do sossego.

 

Lenta(mente)

Valoriza boas pessoas,

Aprende com as más.

Se tentares valorizar outras,

Nada aprenderás.

 

Nada aprenderás,

Se tentares valorizar outras,

Aprende com as más,

Valoriza pessoas boas.

 

Este poema é um espelho,

Com versos invertidos.

O último reflete o primeiro,

Os do meio estão partidos.

 

Que poeta tão singular,

Rídiculo sem sentido.

Estranho a rimar,

Deve-se querer afirmar,

Ou ser conhecido.

 

Não sei quem eu sou,

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