Poesia Visual

CASA DA MINHA INFÂNCIA

            CASA DA MINHA INFÂNCIA
Não nasci em cidade grande.
Sou mesmo do interior, Macaé cidade querida.
Minha casa foi construida ali, com muitos
sacos de cimento.
Meu pai fazia questão de bater a marreta
na parede da varanda.
E dizia : Veja como é firme nossa casa!
Eu ficava orgulhosa, porque aos meus olhos de criança estava protegida.
Meus pais já se foram.

PEDRAS NO CAMINHO

PEDRAS  NO  CAMINHO
Muitas pedras no caminho encontrei.
Pulei algumas, quebrei outras.
Sempre caminhando em direção aos meus sonhos e desejos.
Nunca desistindo.
A fé, o pensamento positivo sempre impulsionaram-me a prosseguir.
Hoje mais madura, já não encontro tantas pedras.
Já posso caminhar olhando a paisagem.
Nazaré Varella

Ai

Como se encostar à parede
não saber da espada
e eu gostasse
Como se perdidos por um
sem caber mil
e eu gostasse
Como se mudassem os tempos
ganhando vontades
e eu gostasse
Como se quem vê caras
sente coração
e eu gostasse
Como se...
quase, quase
em aflição...

Bússola

Abstenho
Mas depois, ao navegar do tempo
Perco
Mas depois, ao sabor do vento
Canso
Mas depois, ao rumo do leme
Molho
Mas depois, na liberdade da chuva
Entristeço
Mas depois, no ilimite do olhar
Vagueio
Mas depois, no divagar do pensamento

Mas depois...
Essa bússola enfeitada de nós

Como se...

Como se Júpiter se juntasse a Saturno. E a lua não fosse para se sonhar... Como se os rios se juntassem aos mares. E as margens não fossem para se passar...
Como se o vermelho se juntasse ao amarelo. E o laranja não fosse para se pintar...
Como se o saborear se juntasse ao paladar. E o fruto não fosse para se provar...
Como se o fogo se juntasse ao ar. E a água não fosse para se apagar...
Como se as horas se juntassem aos dias. E o tempo não fosse para se dar... Como se a gravidade se juntasse ao levitar. E a terra não fosse para se assentar...

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