Prosa Poética

Talvez meu fado...

Talvez…
Assim se movam montanhas
Não restem dúvidas
Nem se acomodem as rotinas
Talvez…
eu te doe o silêncio dos meus
cânticos
 
Talvez…
eu enfeite todas as conivências
com frenéticos versos sequestrados
no pórtico das mesmas saudades
fugidias…em efervescência
 
Talvez…
recrie um mundo novo
forjado em eximias existências
vagabundeando em cada pseudónimo

Transfusões...

De admiração
 
Em afeição
 
Com sorrisos celestiais
 
De contemplação
 
Sem raiva ou medo
 
De orações e arrependimentos
 
Com cânticos imemoriais
 
Com todos os temperos e sabores
 
De total comprometimento
 
 
Transfusões de saber abençoado
 
Nas palavras e versos
 

Cidade Luz

Sinuosas sombras
 
pernoitam por entre elegantes
 
passos colorindo o Cartier Latin
 
onde perambulam coniventes melodias
 
apaixonadas e tão extravagantes
 
 
– Suavizo a luz inerte
 
que embebeda todo o ser em comoção
 
confeccionando a linguagem bravia
 
que brota fluorescente de emoção
 
 
–  Foi-se a luz da luz

Sempre...a para sempre

Sempre …e para sempre
 
me sentirei consolado
 
quando neste poema
 
tua existência feliz
 
em meu ser silenciosamente
 
adormecer
 
emprestando-me um abraço
 
estrito e sem mais limite
 
tão docemente profilático
 
 
Sempre …e para sempre
 
encontro-te de certeza
 
ali me devorando

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