Prosa Poética

O ARDINA

O ARDINA
 
ACORDO DE MANHÃ ESTREMUNHADO
COMO SE DE UM SONHO TIVESSE ACORDADO
ABRI A JANELA PARA A LUZ ENTRAR 
PARA QUE PUDESSE A MENTE CLAREAR 
E VER A VIDA A PASSAR MESMO MESMO 
À MINHA FRENTE.
E DE REPENTE OIÇO UM SON
COMO SE VIESSE NO OUTRO MUNDO
QUE ME TRANSPORTOU PARA O PASSADO
BEM PRESENTE
ERA UM ARDINA COMO ANTIGAMENTE
APREGOANDO AS NOTICIAS
OLHA AS FREQUINHAS DO DIA

AS MINHAS FLORES DE PAPEL

AS MINHAS FLORES DE PAPEL
 
SANTEI-ME NUM BANCO DO JARDIM
VER O TEMPO PASSAR,
E SEM O MEU SENTIDO O QUERER,
PEGO NUMA FOLHA DE PAPEL,
E COM TODO O JEITINHO, DELICADEZA
ME POS A DOBRAR,
DOBREI EM DEZ, VINTE E PERDILHE O CONTO,
DE NUMERAR PORQUE EU SÓ QUERIA 
VER O TEMPO PASSAR.
E QUANDO CANSEI, 
TINHA UMA LINDA FLOR DE PAPEL,
E POR SINAL BRANCA, 
COMO UMA ROSA,

Domador de sonhos

Estarei de olhos posto em ti
 
mal rompa a madrugada
 
e assim deixando-te sonhar
 
minha alma perdida
 
sem mais o rasto  de nós
 
quase indiferente à frieza sussurrada
 
dos longos abraços que deixámos
 
de fome morrer empanturrada
 
 
– Estarei  quase convicto
 
desta alegria que me sobra
 
quando visionar

O passageiro do tempo

O que preciso lapidar
 
eu sei
 
são pedras guardadas
 
brutas
 
lavradas atapetando
 
o corrimão do tempo
 
por onde deambulo pigmentando
 
os dias transladados de esperança
 
 
– Simplesmente outros  virão
 
formoseando minha existência
 
desenhando em cada folha furtiva
 

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