Prosa Poética

Intemporalidade

Intemporalidade
 
Há um vazio 
nas noites dormentes
quando na ociosidade desta poesia
aconcheguei sôfrego toda a luz
no concilio da verdade
condizente nas palavras
revogadas e exiladas
neste meu padecer sem querer
de muito sentir se sofrer
quanto tanto
tanto quero amar sem 
no entanto,eu sei
se unanimemente
todo o amor merecer...
 
Resta-nos conceder ao tempo

Cotidiano

Cotidiano

Por trás de cada rosto vejo
O cansaço das obrigações
Vejo também uma ponta
de um sonho qualquer.
Vejo nascer esperança
Um bem querer...
Ou viver simplesmente!
Enquanto caminho
A vida continua seu curso.
Pessoas estão andando na praça.
correndo pelas ruas.
Algumas até...
Sem graça.
E as ruas!
Correndo estão.
Em todas as direções.
Vem e vão!
Por trás de cada rosto cansado que vejo.
Vejo uma parte de mim,
Ali, cansado junto com eles!

O amor nunca falha

O Amor nunca falha...
 
Quando olhas para o céu 
o que vês?
Talvez tanto céu
pintado aqui e além 
por um véu de placidês sempre
indulgente
onde se reflete às vezes
tanta beleza lapidada
onde tanta gente desperta
com as palma das mãos estendidas 
numa prece a Deus
roga pedindo,,,tudo...outras nada
pensando até que Deus 
de nós se esqueceu...
 
Então pede-lhe 

Acaso...

Acaso...
 
Acaso me deixes
tão só
fico somente no teu ocaso
perco-me desesperado 
entre tantos perenes abraços teus
pois sei do que falo
ah...se sei,
e querendo ou não
ainda assim
resisto ali perto do secreto sussurrar
dos nossos mais ténues embaraços
porque a vida que extravaso
confunde-se
nesta ironia repleta de desordem
e se hoje chorada

O Ancião

O Ancião

Os passos pesados.
Vão pela estrada.
Carregando a bagagem,
de tantas histórias vividas.
Ninguém mais o escuta!
Seus olhos já não tem mais brilho.
O sorriso apagou-se, com o tempo.
Esquecido está...
E já não mais se importa com isto!
Perdeu-se no tempo da vida.
A velhice sofrida... Sentida...
E uma angustia lenta.
Entremeada, de solidão.
A espera do que virá a qualquer momento.
E nesta lentidão os minutos vão...
Em vão.

Arlete Klens

Despedida

Há um nó

preso em minha garganta.

Chega a doer

Pressionado peo sentimento

Que causa tua partida

Não penso no retorno

Só na falta que sentirei

com tua ausência.

A dor então aumenta

Só o que acalenta

É saber que também sofre

Esta dor tão nojenta.

Por que temos que ter este sentir?

Áh! Que bom seria

Se pudéssemos eternamente sorrir.

 

 

Relevos do tempo

Relevos do tempo
 
Estarei sempre atento
aos teus lentos crepúsculos
falarei apenas 
o que tiver pra falar
medindo na esquadria dos tempos
qualquer verbo inacabado
numa simples subtracção
de um legado
que se esconde ilibado
pelas ruas dos nossos
sonhos amargurados
 
Estarei sempre seguindo
em todas as tranjectórias hoje assumidas 
a benevolência premeditada no coração

Quietude

Quietude
 
Bebendo na quietude 
das cachoeiras celestiais
vou por aí ousando e calcorreando
as planícies
deste imenso céu
assombrado pela longitude arquitectónica
das palavras espúrias 
nunca ditas,
e sempre
quantas vezes quero
que reflitas
no perfil severo deste verso
previsto no meu estado de ansiedade
às vezes por mim abandonado
ao reverso da rima mais temperamental

Nada como o tempo...

Nada como o tempo...
 
Nada como o tempo
pra nos fazer esquecer do tempo
mesmo percebendo que ainda precisamos
de tempo pra dizer tudo aquilo
que ainda não dissemos
mesmo sabendo que definitivamente
mesmo perdidos no tempo 
ainda nos resta este curto período de tempo
pra gostar o suficiente de quem afinal
nos procura e desafia constantemente.
 
Nada como o tempo
imediatamente conformado

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