Delírios II
Autor: Rimbaud on Wednesday, 13 February 2013
Alquimia do Verbo
Para mim. A história de uma de minhas loucuras.
De há muito, eu me vangloriava de possuir todas as paisagens
Alquimia do Verbo
Para mim. A história de uma de minhas loucuras.
De há muito, eu me vangloriava de possuir todas as paisagens
Sinto falta de algo que não tive.
Algo que não posso ter.
Algo que desconheço...
Distante e presente em vidas em histórias em cordas sem notas.
Não se toca o inimaginável.
Não se faz do imaginável possibilidade! Se faz?
Mente. Que mente... Mente. Confusa essa minha mente.
Sou adormecida no tempo
Às vezes amortecida pelas horas e o Tic. Tac do relógio...
Mente... Que não sente o que o coração incoerente mente que sente
Digo às vezes que não escrevo sobre mim...
O que é mentira.
Nunca escrevemos pelos outros e por outros...
Escrevemos porque algo nos inquieta.
Retira a Paz e nossa existência...
Toma e retoma a mente sem demora
Em um incansável e insaciável vai e vem de sentir e não sentir
Luta sem vitoria...Razão coração, coração razão?!
‘Creio que ao Poeta, o coração é uma lenda e a caneta uma sementeira...’
Se tenho apetite, é só
De terra e pedras.
Diariamente almoço ar,
Rocha, carvões e ferro.
Minhas fomes, voltai. Pastai, fomes,
Virgem louca
O esposo infernal
Ouçamos a confissão de um Companheiro do inferno:
"Ó divino Esposo, meu Senhor, não repilas a confissão da mais
Bebi um grande gole de veneno. - Três vezes bem-dito o conselho
que até mim chegou! Abrasam-se-me as entranhas. A violência do
veneno convulsiona-me os membros, desfigura-me, atira-me ao solo.
Morro de sede, sufoco, não posso gritar. É o inferno, a condenação
Herdo de meus antepassados, os gauleses, os olhos azuis-claros, a
fronte estreita, e a falta de jeito para a luta. Sinto que minhas roupas
são tão bárbaras quanto as deles. Apenas não unto a cabeleira.
Antigamente, se bem me lembro, minha vida era um festim no qual todos os
corações exultavam, no qual corriam todos os vinhos.
Uma noite, sentei a Beleza em meus joelhos. - E achei-a amarga. - E injuriei-a.
Armei-me contra a justiça.
Ele é o afeto e o presente pois abriu a mansão ao inverno espumante e ao
rumor do verão, ele que purificou a bebida e os alimentos, ele que é o charme
dos lugares em fuga e a delícia super-humana das estações. Ele é afeto e o
futuro, a força e o amor que nós, pisando sobre ódios e tédios, vemos passar