Prosa Poética

(DIS)CONCORDÂNCIA

Nem quebrando nem nos apegando

À tradição por mais importante

Que seja. Ou, de tão importante

Que é não pode ser levado(a)

Demasiado a sério.

.

Desenvolvo e não desenvolvo um

Tema, que sou racional e intuitivo,

Dou e não dou título, cultivo

E não cultivo, sou e não sou forma.

.

Não forma que é vazio, cheio,

Meio cheia(o), totalidade, unidade,

Variedade, forma, cerimónia,

À vontade, atenção, felicidade…

.

Novos(as) levam filhas(os), alunos(as)

YIN-YANG

Num momento(a), só um(a) vista(o),

Momentos… depois o um e a uma

Vistos(as) e não vistos

que é dualismo machista.

.

Não é possível yang sem Yin

nem yin sem yang. É possível

51% de um e 49% de outra

E vice-versa…

.

Quanto maior ou menor a ambição

Mais tempo, maior a lentidão

Em chegar ao compromisso

Da vida plena, da iluminação,

.

Da respiração serena, aprofundada,

Vasta, serena, eventualmente

Parada; da cerimónia; da reverência

Até tu...silêncio !

Na lezíria do tempo desnudo todo
Sossego disperso numa lamúria acantonada
Nesta esperança conversa nutrindo o global
Momento de solidão ali imersa e bem escrutinada
 
Até tu, silêncio ceifas da noite uma ilusão tão sórdida
Peregrinando pela escuridão que agora se desfaz num pranto

Por um drink de solidão

Nula hora captada num imperdível
Silêncio medido neste incasto momento
De tempo pernoitando pendurado na galopante
Luz jardinando o pasto das solidões mais dopantes

E assim vaidosa se vestiu a noite derradeira traçando
Geométricos gomos de ilusão à esbatida saudade que
Se empoleirou em todas as lembranças que deixei
Palpáveis, vigilantes e tão inexoráveis

Fiz-me à estrada alongando a lasciva madrugada
Serena, pontual, vulnerável, embebida num cálice de desejos
Tão cobiçados…quase manipuláveis e tão bem esmiuçados

Um dia...depois do adeus

Eu sei, assim será decerto…um dia, depois do adeus,
O assombroso anoitecer que acontece distraindo até o supremo
Silêncio doloso, factual, porventura, inútil, viciante … textual

Um dia…depois do adeus qual gota de orvalho desprendo-me
Das pétalas da solidão escorrendo licorosamente ladeira abaixo
Revitalizando este tempo enfeitado de desejos magníficos e irreverentes

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