Prosa Poética
À luz da luz
Podemos sim
todos caminhar
à beira do gotejar
tão intenso como a maré fresca
e bravia das grande ventanias
que me assolam o espaço da alma
onde a minha contida ausência
por fim desliza fiel e casta
entre este sopro de cada vida
e a pura elegância das nossas inconfidências
Podemos sim
sem dissidências nas palavras
sem malícias ou desculpas
emprestar à essência da vida
O passado... passou
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 24 September 2014
O passado...passou
Queres ser o meu abrigo na tempestade
queres combater a maldade dos homens?
Ousa-me,
sente-me delicia-me
com beijos que a tua Terra plantou
no seio do húmus amado
para que juntos lá cheguemos precisos
no alento dos ventos concisos
ao secreto mundo
exaltando nossas vidas;
assim naveguemos pela brisa fresca que
nos impele até ao exílio da pátria amada
num sentimento
Sequiosa Sensibilidade
Autor: carlos gaspar on Wednesday, 24 September 2014Sequiosa sensibilidade
Suave é o desejo ... que me acorda pela manhã
Dócil e carinhosa, vem a mão aveludada da alvorada
Um raio de pontos luminescentes
Vem aquecer um coração que bate impetuosamente
Vou agarrar a minha caneta
...esse desejo...de escrever o que tenho dentro
Sagaz é minha alma e minha caneta
Que não deixa envelhecer as palavras
Que, quotidianas invadem a tua tez branca
Tatuadas , eloquentes , desbravadas
Utopia
Autor: Frederico De Castro on Monday, 22 September 2014
Utopia
Caminho só
repetindo sempre a mesma fé,
quando alimento minhas histórias
perdidas e solitárias
entre dois cálices de poesia
sei o que requer
este lirismo absurdo, ingénuo e tão frágil
que muitas vezes nem o coração mais sabe
onde encontrar meus heróis...já se foram...
procuro agora recomeçar, mas encontro o fim de tudo
ou de nada...
e nem quem me abrace tão forte
Pelo canto dos silêncios
Autor: Frederico De Castro on Monday, 22 September 2014
Pelo canto dos silêncios
Permaneci quieto
em silêncios
deportei até a alma
rumo ao abrigo
onde curo
minhas dores
temores e lamentos desassossegados
Recostei-me neste dia
à beirinha deste poente
que ainda me permite aquecer
sem demoras
à luz doce e frágil
de uma estrela sem rumo
desafortunada
algemada em gestos e palavras
emudecidas na lonjura dos dias
Lamentar Tortuoso
Autor: adelino on Wednesday, 17 September 2014Seu sorriso
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 17 September 2014
Seu sorriso
Sabem,
afinal eu sempre me amparo
no sorriso dela,
desbravo-me na inércia do tempo
quando estou a salvo
repleto nos ventos de feição
eu me descubro e me guardo
e de costume até me modelo
em tudo o que sou
quando tudo o que dou
é até às vezes, um raio de sol
que por mim se aventurou;
Quando quero
passo,posso e dito as regras
em minha poesia
O que nos devora...
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 17 September 2014
O que nos devora...
Às vezes apetece-me mesmo
fechar os olhos
e sair por aí
deixar-me consumir como o restolho
sentindo que tudo é passageiro
até a solidão onde me recolho
preparando-me hoje
mais que confinado
às bermas de uma enorme tempestade
recostada neste cântico sentido
sem nunca ter outro motivo
que não seja estar aqui
ser aguerrido, como outrora
O ser livre
Autor: Frederico De Castro on Friday, 12 September 2014
O ser livre - aos amigos
À noite quando me deito
solitário e desencantado
entre um mundo
repleto de realidades virtuais
rogo à beira de árvore plantada
uma réstia de sombra
na sombra Divina
que me conceda entender
uma pouco mais o ser livre
que somos
entre gomos de poesia
acorrentados nesta ortografia
singela de coreografias
apesar de envelhecida nas fadigas
Passagem do tempo
Autor: Frederico De Castro on Monday, 8 September 2014
Passagem do tempo
É apenas assim
quando estou a salvo
que me descubro e me guardo
eu tudo cobro
por um punhado de silêncios
enfim me modelo e até
de certo modo
eu dou tudo o que sou,
gradualmente
eu dito delicadamente a fé em minha poesia
neste imenso mar que jaz em agonia
onde tudo ali fica escrito num manuscrito
que por cortesia
de um ouvido atento