Prosa Poética

Minha Terra

         MINHA TERRA

SÃO TANTAS LEMBRANÇAS QUE TRAGO

GUARDADAS AQUI NA MEMÓRIA.

DE UM TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS.

ANOS E ANOS DE HISTÓRIA, BATALHAS

LUTAS E GLÓRIAS, NA TERRA DE MEUS ANCESTRAIS.

 

OS LAMENTOS FORAM TRISTES, 

PORÉM JOGADO NO TEMPO,

FICARAM EM NOSSAS LEMBRANÇAS

PRA NÃO ESQUECER JAMAIS.

 

SÃO COMO VINHO DE CORES

DE DELICIOSOS SABORES,

QUE INEBRIA, EMBRIAGA 

COM GOSTO DE QUERO MAIS .

 

PINHAIS, PINHÃO, PINHEIRO!

PRIMEIRO AMOR VERDADEIRO

Já é hora michê

´

Quando abriu os olhos estranhou o branco da parede em frente. Tentou coçar a vista com a mão esquerda, mas viu que estava preso à lateral da cama. Tentou com a direita e o resultado foi idêntico. A ideia de que a mosca que zumbia no ambiente viesse assentar em seu nariz o apavorou, pois sabia que estava indefeso ante a ameaça varejeira e a dor aguda que sentiu no lado esquerdo da nuca só agravou o mal estar e o terror que dele se apossava. 

 

BEIJA - FLOR

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Uma flor nasceu e foi regada com muito amor.

- Teve carinho e assim desabrochou.

- E eu passarinho, não voava muito bem, não tinha noção entre o mal e o bem!

- Eu queria cantar mas não tinha inspiração, pra mim!

Foi  quando eu avistei lá de longe um belo jardim!

E um casal de adolecente, era o primeiro namoro, era só alegria...Não existia choro!

Abraços apertados e no beijo refletia o amor e quando me nomearam disseram: O nome dele é,  Beija - Flor.

NINGUÉM LIGA PELO QUE SINTO

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Ninguém liga pelo que sinto, eu penso que sinto. Eu uso cinto é isso que sinto.

-  Eu conheço o Jacinto! ele sente em mim o que eu sinto, mas eu não sinto nele o que eu sinto em mim.

-  Se você sente comente, me deixa contente quando você sente.

- Então senta na cadeira, ou aceita a brincadeira, de ler tanta besteira.

- Senta, sente, sinta! já sentou? já sentiu?

Então fica com Deus! VIU?

 

Madalena Cordeiro

 

Sarar

A João Bosco da Silva

Há quem escreva para abrir feridas

as feridas que todos temos, que fazemos muitas vezes sem notar

Como se se olhassem ao espelho e contassem as nódoas negras e os arranhões ao fim de um dia de trabalho

Da nódoa negra e das feridas fazem poesia

que é sempre sentida mais bela quando dramática e pesada  de dor

Sangram para a fazer nascer

 

Eu escrevo para me sarar

Para limpar as feridas

Sépia

Meus pés caminham por ruas de Lisboa

onde meus olhos se perdem a olhar

outros momentos vividos neste lugar

Virados para o interior da minha memória

observam imagens que o hálito do meu coração 

quente e húmido embaciou beijando-as vezes sem conta

tornando-as cor de sépia

 

Não foi aqui que te conheci

Mas foi aqui que aprendi a amar-te

De mãos enlaçadas percorremos ruas e ruas deixando um rasto de carinho no ar

O nosso primeiro beijo foi selado aqui

num jardim que o meu espirito deseja visitar

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