Soneto

Terror

Ontem, voltamos a ver a morte a acontecer. Desta vez em Paris.

 

                      Terror

Da cidade da luz, eternizada,

Chega a morte, perpetrada em surdina,

Por um poder nefasto que domina,

Através de violência sem medida.

 

Treme a liberdade, de alma ferida.

Ronda uma negra sombra que a mina.

O medo já espreita em cada esquina

Porque a morte paira, desimpedida.

 

E mata-se, sem piedade, friamente.

E em nome da paz e de um falso deus, 

O sangue vai correndo, livremente.

 

Poesia

        Poesia

Abeirou-se de mim, inda tremente

Como sol matinal quando me acorda,

A poesia ! Palavra mais fecunda ,

Que uniu a voz a este pensamento.

 

Poesia ! Palavra do que se sente !

Sentir mais fundo! De alma elevada,

Emoção... Amor...fantasia alada !

Devaneio !... Pra que alma se liberte !

 

Nasceu-me esta vontade de dizer.

Às vezes, em tom dorido, a gemer,

Como harpa que cantando está a chorar.

 

Estes versos que escrevo...a vacilar,

Hão-de ser lidos à luz do luar !!!

Sonetinho de Desamor

 Era um jardim tão bonito

Apesar de uma única espécie.

Todas as manhãs coloria

Exalando perfume, em alma agreste.

 

A florada era tão bela

O homem conseguia ver

 Debruçado em sua janela.

 

Flores e frutos maduros

E a natureza singela,

Se desnudava, tão ela!

 

Mas o homem impiedoso

Não se conteve com uma única cor.

Destruindo seu jardim,

Ficou sem nenhuma flor!

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