Soneto

ATITUDES

ATITUDES

Nem um rumo se toma sem atitudes
As ruas são retas, sem esquinas da vida
Os morros esquentam a cada subida
E as descidas são apedrejadas pelo vento

Sem sentido não se vai a lugar algum
Sem coragem o mundo te rejeita
Os bêbados caem pela falta do existir
Os sóbrios alargam-se pela vontade de subir

As flores exalam perfumes quando cuidadas
Despertam atenções sem distinções
Um bem querer com muita vontade de sobreviver.

Felicidade

                  Felicidade

 

Se há um sol em cada dia p'la manhã;

Se ergo os olhos e o vejo a brilhar;

Se há flores no jardim a despontar;

Como ouso ficar triste p'la manhã!?

 

Se há um meigo olhar que m'acarinha;

Um sorriso franco p'ra  me animar;

Se há aves no ar a chilrear;

Como ouso ficar triste p'la manhã!?

 

Há aroma a flores, a bica de água;

O céu, a maresia, a luz da lua

E a< flor mais bela> que vi nascer!

 

Há o mar azul, a chuva, o verão;

ESSE AMOR

esse amor, que um dia se julgou meu
não foi mais do que o sonho de uma noite
alguém que por entre a bruma desapareceu
carregando muita desenvoltura e afoite

 

implorando por atenção na vida me apareceu
envolto no mistério da sua capa de paixão
atacou quando a noite em mim escureceu
partiu antes do dia amanhecer, deixando a ilusão

 

Vem

Vem nas garras do vento
Pousar no meu coração
Abraça-o sem intenção...
Beija-o com alento!

Vem no calor do relento
Apagar minha alucinação
E rebolar sobre dunas de emoção
Em meu corpo sumarento!

Vem nas noites luzidias
Sussurrar em meus ouvidos
Com brandos gemidos...

Nas estrelas vadias
E nos prazeres possuídos...
Vem,...arrancar meus vestidos!

Noite sem luar

Noite sem luar

 

Noite ! Abeirou-se solenemente

Trazida pela mão da escuridão.

Pousou a negritude firmemente,

Trazendo a tristeza da <Paixão >.

 

Aninhou-se sobre a terra, inclemente,

Lançando um negro véu de opressão !

Sob o silêncio ermo , inocente,

Se esconde desamor e solidão !

 

Nem astros...nem luz...a riscar o espaço

Mergulhados nesse manto de breu,

Manto sombrio que engoliu o céu !

 

Noite cega, sem luar ,negro intenso !

 Lugubridade que a terra cobriu

Outono

Adoro o outono! Um poema de boas-vindas.

          Outono

 

Chegou o outono, pleno de cor !

De folhagem de arco-iris, trajado !

Já chora a brisa lamento de dor !

Tapete no chão, de folhas, bordado !

 

O sol, moribundo pousa sobre o mar,

Desfalece ! Solta a noite e o luar !

O mar, lancinante em seu marulhar,

Vem bater na areia para a torturar.

 

Amo o outono ! Traz-me nostalgia...

Vem-me à memória tempos de criança

Quando cada dia era fantasia !

 

Mar ! Meu mar

             Mar ! Meu mar

 

Mar ! Meu mar ! Companheiro de horas vagas...

Confidente de anseios e saudade !

Cúmplice de alegrias e verdade

Submersas na espuma das tuas vagas !

 

Mar! Meu mar ! Com gaivotas sobre as fragas

Que voam a dançar, suavidade ,

Balouçando consigo a liberdade,

No sereno bater das suas asas !

 

Mar ! Meu mar ! Vou olhar-te e repousar

Das lides...das lutas que a vida traz

Porque ouvir teu rugir, já sinto paz !

 

Mar ! Meu mar ! Azul e imenso mar !

Visão do céu

               Visão do céu

Sinto em ti pardal, lá do alto ramo,

A alegria que sentes em viver.

Tens p'ra ti todo o céu azul, que  amo,

Eu, não tenho mais que o chão p'ra viver !

 

Cerro os olhos ! Teu voo p'ra mim tomo.

Voo livre p'los céus... sem me perder !

Vai comigo fantasia, que eu chamo,

Bato asas...perco o mundo...sem o ter.

 

Tu, pardal, és feliz sem o saber !

Tens o mundo p'ra ti, sem o pedir !

Sempre o quis  e  só o posso sentir !

 

Se  pudesse pelos teus olhos ver

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