Tristeza

Pobre Menino Inferior

Pobre menino inferior...
Três anos de muita ira e desamor.
Infusível com o mundo mágico lá fora
Malabarista da injustiça na mira do ardor!
Pobre menino inato
Mofado na infância do chato.
A rua é a rinha 
E ele nasceu na calçada da vizinha. 
Sua mãe, infiel, vacilou... 
Não andou na linha
Foi friamente dilacerada
Na esquina da Gean Meirelles de Espada.
O pai, preso quase a vida inteira,

A Nossa Ferida Está Infeccionada.

A feridama dos enfermos efêmeros,
Um corre com o fruto pra um lado!...
O outro corre com a vida pro outro... 
Manias? Pois deixe mesmo os teus desejos de lado!
Venha viver na nossa agonia
No berço do nosso pequeno quadrado...
Largue esse patrimônio imanejável!
E venha ralar a dose 
Na nossa sensação sufocável.
Venha! e nem faça cortesia. 
Passe com a cabeça baixa
Que hoje ainda não é dia!...
Nada foi questão de mágica. 

A insônia e ela

Uma mistura de carência noturna e desejo de estar

A cafeína invade minha mente

A insônia, porém vontade de descansar

Por falar em desejo, eu a desejo

Por falar nela, que tal falar de amor?

Se for pra falar do amor, só existe o nosso

O resto é plágio e por falar em plagio 

Acredita que ouvi nossa canção no rádio?

-E olhe que ele nem estava ligado, será delírio?

Aqui jaz a dor !

A alma dói, 
implora
chora
 
A dor corroí, 
rói
dói
 
E eu corro
sofro 
fujo 
 
E ao longe eu olho
molho
o ombro de um outro alguém 
com as lagrimas suas
 
Minha pele nua 
arranhada a noite
sangra de saudades suas
 
E eu me apego a alguém
que traz a paz
mas não tira a dor que em mim jaz.

Quanto Tempo Ainda Tem África?

África palco!...
A grande alma avermelhada;
Das guerras civis
Das etnias manchadas...
 
África das nossas crianças
Brincando com as armas...
Com ódio na chaga
Dos genocídios em massa.
 
África ouro!
África das ruínas...
Sem esperança
Se suga e é sugada.
Mal administrada
Reduzida a prantos e tantos
Tantos vivendo sem nada.
 
África palco!...

O Eterno Conflito Pelo Conforto!...

Calendários e aparelhos.
O caos do cálice do Veneno!
Servido e estabelecido.
O cálice do Veneno
Servido a todos nós!...
Restos
Restos braçais...
Pó.
 
tem para todos,
tem para todos,
tem para todos.
E é de GRAÇA!!!
De graça...
A mordaça.
Imposta. Proposta...
Às fileiras e fileiras
De vítimas embaralhadas
Beeeeeeep-Beeeeeeep!!!
...

Tristeza (A Masmorra Imaginária...)

A tristeza é um castelo de pedras
De onde só se é possível enxergar
Pela finíssima fenda das seteiras.
Cercado de relvas
E ruínas certeiras...
Armário sem portas
Uma flecha para o céu!...
Armário de madeira
Isola-se o homem
Sem eira nem beira...
 
A Tristeza iça as pontes;
Seca o fosso;
Ocupa de vazio
E de frio sem fogueira.
 
08 . 05 . 2014

O Âmago

Toda a fauna e flora que por aqui convive!
Do carboidrato às substâncias químicas, cada átomo...
(Átomos: Eis que milhões deles criam um homem apto.)
 
Quanto à esta dúvida:
Respondido?
Perguntado!
 
Poluíndo lindos verdes em puro lixo, o homem
Com todo o seu âmago mal-informado!
Faltando-lhe sempre amor e uma pitadinha de sal
Sal para que o homem abandone 
Esse seu jogo estúpido e animal.

Páginas de Guerra (Fragmentos)

Hoje, nenhum beligerante conveio ao armistício!
Na pobreza extrema em que tombam magros
Para morrer não haveria outro momento propício...
 
Arquivaram-se todas as felicidades chamejantes!...
 
Os flagelados rufaram os seus tambores
Na rica melodia de todas as vidas juntas.
Em condições desumanas, culturas e cores
Os flagelados massificaram as condutas!
 
Na intelectualidade virtual de hoje, e-mail

Posto de Saúde da Comunidade

Oito horas da manhã de inverno
No Posto de Saúde da comunidade
Pessoas desenganadas na desigualdade
(No outro lado da desigualdade!)
Enumeradas no declínio da piedade
Ali, como exemplares da vida esgotada!
Pessoas! Sem papel para mais nada...
Engodadas na teia de mentiras sociais
Disputando o seu dia-a-dia distante da grande cidade
 
... Pessoas-personagens ...
 
No enredo. Só. Em busca de solidariedade...

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