Palhaços
Qual é a face humana que realmente se mostra?
Aquela que se escancara em um fingido sorriso?
Ou aquela outra que se enruga em profundo ciso?
Qual merece crédito quando na face se prostra?
Sim, porque se escondemos a nossa dor nas risadas
Apenas para que de nossa dor ninguém mais saiba
Também escondemos a alegria para que não caiba
O escárnio e a indiferença de canalhas disfarçadas.
Ri coração, escarnece de ti mesmo, triste palhaço
E tira, inda que seja à força, de sua fria mônada
O esdrúxulo e oco som de uma risada incômoda
Perfeita fermata para esse teu previsível fracasso.
Sufoca a lágrima, ri pois, e friamente comemora
Os definitivos enganos que vida à fio cometestes
E tenta, na vida que ainda tens, erros como estes
Não mais comete-los doravante, à partir de agora.
E na vida somos todos em algum momento palhaços
Que fingem e põem nas suas maquiadas faces, traços
De suas emoções invertidas, tais palhaços que somos;
E vezes, quando expomos um maquiado sorriso na cara
Na verdade estamos maquiando uma dor que não sara
E o sorriso é a maquiagem da lágrima que não choramos
Comentários
Rodrigo Dias
Sáb, 11/05/2013 - 15:49
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É o mundo, é a vida...
Mas, num mundo que é mais virtual que real,
como sermos nós mesmos para os outros?
E será que o somos para nós mesmos?
Será que queremos a nossa verdade
Ou preferimos nossas máscaras?
É o mundo, é a vida...
ADEMIR LEÃO
Sáb, 11/05/2013 - 16:26
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Comentário de Rodrigo
Pois é, Rodrigo. Creio que, em algum momento, a gente sorriu quando o que queria mesmo era chorar. E chorar com franqueza, com honestidade. Sabe lavar a face e a alma? Pois é. Mas as conveniências da vida não nos deixam fazer isso. Faz parte.
Abraço.
Ademir Leão