Aqueles Olhos Pequenos

Ali, naqueles olhos pequenos

E tão expressivos

Percebo a ausência

De alguma coisa que não sei explicar;

Não sei se falta amor,

Não sei se faltam ideais,

Não sei se falta carinho,

Não sei se faltam planos,

Não sei se falta alguém.

 

Não sei...

(É tanto vazio

Que já não mais há espaço para preencher)

Naqueles olhos pequenos

Onde as estrelas repousam

As lágrimas pelo mundo

Rolam incontinenti, os medos

Por ontem,

Durante hoje,

De amanhã,

Por aquele rosto pequeno.

 

Ali, naqueles olhos pequenos

Reflito e contrasto

Tudo o que é belo

Pois não há em nada

E nem em lugar algum

Beleza, que assim chamem,

Onde não há mais

Aqueles tão expressivos,

Inflexivos, reflexivos,

Aqueles olhos pequenos.

 

Que restam em paz

Por toda a eternidade.

(in: “Expressões Impressas & Impressões Expressas”; Usina de Letras, Rio de Janeiro, 2009)

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Comentários

Assim é a poesia!

 

Bem haja

Obrigado Nuno. por tua leitura e apoio.

sombrio...o olhar tristonho de quem só quereria amor e serenidade no rosto sulcado pela lágrima.

Gostei!

Obrigado novamente, querida Natalia, pela atenção e pelo apoio.