O Sonhador

Vejo a Lua ..
Tão Serena entre as Estrelas ..
Radiante Só de Refletir a Luz do Sol..
Alvo dos Apaixonados e Sonhadores ....
Admirável A todos os Olhos...
Antes Gostaria de Achar Alguém para Olhar com Mesma Admiração..
Mas Cresci e Percebi ..
De Que Adianta Toda a Admiração ..
Se Não Posso Demonstrar a Mínima Afeição ..

O Antônimo de Antônio

Eu não estou triste, juro,

Mas me irrita o barulho.

Não estou triste, Júlia,

Se bem que nada me felicite,

Um punhado de conversa,

Ou mesmo um dedo de prosa,

Realmente se tornou muito difícil.

Não estou triste, não muito,

Só que não quero sair,

Não gosto mais de trabalhar,

Prefiro dormir.

Ou será que sim?

Estou triste pra burro?

Talvez eu deva aceitar

Que o cinza me rendeu,

Meu vigor encolheu

E que é preciso caminhar.

Não para qualquer lugar

Como era antes,

Lancei ao vento

Olhei-te e não te vi

Procurei-te e não te encontrei,

Na brisa fresca e colorida da Primavera

Revi-te no meu sonho

Sonho perdido no limbo

Onde viajo permanentemente

Sem nunca te encontrar.

Quisera ter asas para te fugir

E nunca em mim te rever

Pois encontrei apenas a mágoa dum poeta sonhador

Apenas lamentações dum amor ausente e inexistente

E nunca encontrei as palavras

Que pudessem ser levadas pelo vento gélido e transparente

E tocassem o teu olhar vago e distante,

Esperançando

No crepúsculo incandescente das minhas memórias

Guardei o teu silêncio carregado de esplendor,

Com ele salpiquei mil sóis nunca antes vislumbrados

E rodopiei pelo breve caminho que inocentemente palmilhava,

As disformes sombras do teu rosto em mim configuravam como sonhos inacabados,

E desbravei suavemente o medo de te perder,

As palavras nunca proferidas e nos teus lábios desenhadas,

Brotaram fugazmente e na calçada se perderam,

Por mim percorrida diariamente com passos incessantes...

Somente devaneio

Encanto, sofregamente encanto

Silêncio transbordante e soprado na chama incandescente

Incessantemente aquele sentimento de amargura imunda

E somente ansiando pelo silêncio do teu olhar

Breve nuvem ensombrando o meu caminho

Átomos exteriorizando uma dança de pesar

Deambulando insano coração nas partidas palavras

Que palpitam no crepitar de uma canção

Silêncio infinito,

Eternamente em mim soçobrando

Breve esgar de remorso

Por um caminho tortuoso e delirante

Breve poema de amor

Resolvi escrever o mais belo poema de amor,

embrulhá-lo em celofane de cor vítrea

E nele mergulhar em esplendor

Saudar a águia em mim desenhada

E no teu olhar te tocar

Regressar à terra,

que solenemente me irá recolher

E nela mergulhar o meu ser

Desejosa de ti,

lembranças amargas flutuam no horizonte

Apagadas de rubro sonho

Ainda estonteante procurando o rumo

E não me perder,

absurdas paisagens, visões incandescentes

Amargas sensações de não me libertar,

Afago

Apenas afago

Ternuras abraçadas no teu olhar

Pensamento que fugaz foge no seu etéreo caminho

Carícias perdidas no tempo por passar

Na ponta dos meus dedos percorre imensa a saudade

Memórias transparentes de sonhos por viver

E jamais apagados na bruma da noite

O teu olhar transbordante de vida e cor em mim pousou

E o canto singelo do pássaro

Ecoou na minha alma de ninguém

Um raio de sol cintilante

Minha coragem de viver afagou

Tua amargura em mim pousou

Procurando-me

Procuro-me e não me encontro

Por íngremes veredas e estonteantes alamedas

Cruzo o sombrio bater da alma humana

Encontro penumbras que de vida fervilham,

Agrestes ondulações transbordam o oceano

Um agre sabor pincela o meu corpo

Que paira na longínqua estrada

Que por entre os meus dedos escorre

Vida esta estranha e solitária

Que percorre todo o meu ser

E me encontra num pensamento fugaz e etéreo

Que levemente sobrevoa o imenso céu

Que adorna o meu sonho

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