a janela impúbere
Autor: António Tê Santos on Sunday, 11 June 2017a paisagem traduziu-se em duros golpes durante vigílias que me fizeram recuar pelas alamedas da experiência enquanto houve obstáculos que silenciaram as transfusões.
a paisagem traduziu-se em duros golpes durante vigílias que me fizeram recuar pelas alamedas da experiência enquanto houve obstáculos que silenciaram as transfusões.
És tu que eu respiro a cada momento, és tu que me fazes sonhar, és tu que me fazes subir os degraus que nos levam à lua para falarmos com as estrelas, és tu que me queimas o corpo e me libertas a alma, és tu que me fazes pensar que posso viver para sempre, és tu que as minhas mãos tocam, que os meus olhos vêm e que o meu corpo sente.
É bom sentir o mundo, gostava de o abraçar inteiro de uma só vez. Como não posso, tenho que abraçar uma pedra de cada vez e olhá-las com calma, uma por uma, pois todas elas são diferentes e também são vida, tenho que ver o mundo um bocadinho de cada vez e voar baixinho. Comer melancias, pêssegos de agosto, ameixas, peras doces, beber a água fresca das fontes, trepar árvores antigas de olhos fechados, agarrar os varões das pontes, mergulhar lá do alto e confirmar se os peixes ainda se escondem nas mesmas tocas das paredes de pedra do rio.
contorno ribeiros turvos ao promover o desassombro que me revela imponente quando a sede em progredir me faz divulgar os meus bailados em versos livres dos pareceres habituais.
nasceu prematuro!
pequeno?
na mesma gente!
Lindo o meu sobrinho!
Nasceu pequeno!
já está maduro,
sereno,
sorridente
Foi de tanto carinho!
cuidar é exigente!
sou cheio de ideias!
quer de noite como de dia,
tenho noites cheias,
os dias não são monotonia!
estes versos são a apresentação,
onde apresento e defino a entoação,
seguem-se depois as rimas em teias:
drible de ronaldo,
no fim o rescaldo,
fica terminada a bela cortesia!