O Escritor Contista

O Escritor Contista

 

Perguntaram-me se eu sabia sobre as regras para se escrever contos.
Eu disse que sabia que existiam regras, mas que eu as desconhecia por completo.

Daí perguntaram-me, como é que eu escrevia contos, se eu não sabia sobre as regras para se escrever um conto.

Respondi. Bom, devem existir regras, mas eu não preciso saber dessas regras para escrever um conto. As regras não são minhas, mas os meus contos sim, são meus, mesmo que eu não siga regras.

 

Silenciado

No princípio eras vazio

Nem tinhas oxigénio

Eras tipo Ricardo Rio

Disseminavas o tédio

 

Dei-te parte da atmosfera

Até te deixei criar porcos

Dei-te a rosa com pantera

Dei-te pensamentos tortos

 

A meio tornas-te peça

De fruta num teatro

Ofereci-te até o Leça

Onde nem sobrevive o rato

Cão de Água

Cão de água

Se tivesse que navegar levava um cão, talvez um cão de água. Poderíamos pescar, nadar e adormecer com as estrelas.

Poderíamos rir em silêncio. Falaríamos com o mar e os meus sonhos seriam compreendidos com um simples olhar.

Um homem, um cão e mar sem fim, a simbiose perfeita para acabar com a solidão e acreditar que tudo é possível.

É preciso ter coragem para ser feliz e um cão sabe disso melhor que um homem.

O sentimento cresce

A cada dia que passa
O sentimento cresce, o amor floresce
E quando o dia amanhece
Com você que eu "tiro" o estresse
E quando chega a noite
Você do meu lado estar
Ao menos pra me abraçar
Sorriso, e pra me beijar
Até o dia clarear, mas feliz estou
Contigo meu amor
O coração senti que cala
A boca não abre, nem fala
De tanto te amar, que não dar pra falar
Só pra demonstrar.
Todo meu carinho, sorrindo
Toda minha atenção, admiração.
Com você, eu quero anoitecer e amanhecer

Repouso

Queremos tanto revelando pouco
Na procura de um futuro oco,
Desprovido da entrega total
A um amor incondicional....

Porque não basta apenas querer,
Há que consciencializar que para se ter
Existe um universo de contrariedades
Inerentes a intrínsecas realidades.

Há que degustar a caminhada,
Planear meticulosamente a jornada
Que nos conduz a um ideal.

E bem despertos caminhamos
No sonho que idilicamente traçamos
Como nosso repouso final.

O caminho da liberdade

O caminho da liberdade

Ser livre é permitir que a alma frutifique em terra de ninguém, terra fértil, terra preta, o húmus da solidão.

Nessa terra, posso ver as neblinas que chegam com o frio da noite e envolvem lentamente os ramos dos choupos. Caminhando é possível alcançar as árvores, mas a neblina afasta-se.

Nessa terra, caminho só, oiço o silêncio do inverno e fico suspenso no tempo sem chegar ao destino.

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