os poemas vão e vêm num marulhar constante junto às dunas das dificuldades: cantam com temperança ou retorcem-se ao sublinharem divergências que constroem jardins fictícios.
a aventura por plainos experimentais transportando aquilo que a vida sufragou em debates solenes ou em relatórios imersos numa grande turbulência; a tergiversação por um cais dançando uma valsa original; a miséria acoplada aos tratos com uma cobertura escabrosa que eu não soube ultrapassar.
Acordei Sozinho
Acordei sozinho, mas o cheiro dela estava em mim, estava nas minhas mãos, na minha barba e no meu corpo.
Estava nos lençóis, e até na minha cara de felicidade essa manhã. Ela nem precisou me acordar para ir trabalhar, eu acordei sozinho
"Olhos lindos, admiráveis
Olhos que tudo contemplam
E com sagaz tenacidade indagam
Procuram mundos insondáveis
Olhos lindos e empolgantes
Sempre atentos e despertos
Espelhos de anseios de alma libertos
Janelas de Estrela d`Alva cintilantes
Olhos lindos que tudo são
Para mim, pérolas preciosas
Para si, lupas rigorosas
Para o mundo transformação”
Paula Pimentel (PP)
