E Concluo

I

Meus olhos caem em ti

e escorregam na tua boca

fixo-me no teu olhar de rubi

e concluo, a vontade não é pouca.

II

Percorro todas as ruas

calçadas, travessas avenidas,

caminhadas infinitas,

e concluo, não há curvas como as tuas.

III

Sorris alegremente

e soltas o teu sensualismo,

não abuso nem reduzo

e concluo, dá-me uso.

IV

Mulher das pernas despidas

sonho acordado por meias medidas,

cálculos em papel de linho,

e concluo, não me deixes sozinho.

V

QUANDO OS NOSSOS OLHOS SE ENCONTRAM

Querida, quando nossos olhos se encontram,
Nossos lábios não se importam em dizer um simples olá!
Eles estão perdidos entre as delícias dos beijos;
E a fúria momentânea da luxúria,
Conectam-se a satisfazer os nossos desejos.
Então, nós nos amamos como se o amanhã não pudesse acontecer,
Amamo-nos como se o ontem nunca tivesse existido,
E como se não houvesse fadiga,
Amamo-nos até o amanhecer.
Até que nossos corpos extasiados venham adormecer,

A hora

A hora é agora

A hora é marcada

Para a grande chegada

Nunca atrasada

Não é demorada

É sempre exata

Não fica parada

Vem na calada

Te pega sem nada

Não é preocupada

As vezes...indesejada

E fica passada

Jamais é esquecida

As vezes...antecipada

Para a grande partida

 

Solange Pansieri

 

FRAGMENTOS DE SAUDADE

Já nem sei se seria verdade 
Eu relatar que o que sinto por ti é saudade,
Pois sei que é ela quem vive os meus dias,
Dominando os meus sonhos,
 Faz-me ser como sou e ainda diz-me como devo viver.
Tão logo penso que o que tenho saudade já não pode ser...
Mas sim, feridas provocadas por fragmentos,
 Oriundos da poeira contida nos meus olhos
 Que insistem em fitar fixos, a mesma estrada,

ATÉ QUE VENHA A CHUVA.

Porquanto guardarei o meu sorriso...
Talvez até que venha a chuva,
Para que as minhas lágrimas se confundam
E assim desçam mais rápido aos meus pés
E deixe-me ver o sol.
Somente o vento após a chuva enxugará meu rosto
E me livrará das manchas das lágrimas de outrora;
Apenas chuva, sol e o vento agora...

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