Soneto dum Porto Sardinheiro

Soneto dum Porto sardinheiro 13 November 2011 at 20:37 Talvez seja o nosso cabelo atado, Por encima do oceano, Ou a travessia do seu coração, infinito. Ou maneira de na distancia continuar enlaçados, Talvez já não se possa fingir, Porque seu amor não engana, Ou é só que deixei de fugir Aos acoites do mar que me ama Antes viajava ao longe, E de longe, vi-a tão perto E a rota que me leva a ela Por terra inexplorada Onde rios azuis verto Até ás terras da minha amada. António Nogueira

Pessoa

Pessoas. Pessoas. Pessoas.

Estranhas. As suas entranhas. Pessoas. Cubículo social em cada pessoa. Ninguém diz o que quer, ninguém soa ao quem soa.

 

Pessoas. Pessoa.

Sem asas a galinha não voa.

Se tem asas, porque não voa essa pessoa?

 

Porque não voam pessoas? Porque é que a minha pessoa não voa? Porque é que o soldadinho não prega na testa a lealdade que demonstra e apregoa?

Porque é que nos afastamos tanto da nossa pessoa? Porque é que tento ser algo que não sou? Outra pessoa?

 

Pessoas. Pessoas. Pessoas.

Procuro por ti

Procuro por ti na imensidão
Numa voz desconhecida
Uma louca sensação
Um sentido para a vida

Lembro-me de te ver
Algures no meu pensamento
Muito longe de te ter
Por um qualquer momento

Procuro por ti no desejo
Da minha simples fantasia
Quero mergulhar no teu beijo
E perder-me qualquer dia

Anseio por navegar
No mais doce desejo
Nas brumas do teu mar
Na imensidão do teu gracejo

Rotas

Por vezes sei que me disperso
Nos escombros da essência...
É apenas um modo adverso
Adquirido pela inata prudência.

Por vezes sei que não me revês
Nas entrelinhas do amor.
É apenas a insensatez
Da minha condição indolor.

Sei que por vezes é preciso mais
Do que permanecer aqui
Ancorada neste cais.

Aguardo apenas as correntes favoráveis
Para navegar até ti
E velejar pelas rotas inimagináveis.

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