(sem título)

a sofística demência do poeta

expulsa-me da alma o sonho anunciado

e o poema cala-se-me na boca desiludida;

o presente é agora um feixe de folhas

brancas, sufocadas em palavras despidas

- talvez o verso 'inda se acuse,

por entre as estrofes magoadas

ao encontro da rima arrependida

que absolva as reticências glosadas

no capricho nietzschiano do poeta

 

ó musa cuspida no não sentido da palavra

inquieta! não me renuncies ao silêncio do mote acidulado!

recria-me agora no corpo das letras abandonadas!

Essa luz ...

ESSA LUZ ...

Não acendam a luz ...

Por favor não deixem entrar o que tanto me faz doer.

Quando ficar escuro,

Escuro outra vez , então eu peço « acende a luz  de vez...»

 

É um quere e não quere

para quem tem medo de tudo perder

Eu sei que a luz te vai levar com ela , mais uma vez.

Prefiro o escuro dos teus braços

Que a luz da tua ausência.

Não acendam a luz

Só vos peço mais uma vez.

 

Quero ouvir o vento soprar...

Não passa por aqui mais ninguém,

o caminho agora é do sonho.

Pages