Não sou
Autor: Diana Santos on Sunday, 22 May 2016Sim, sou eu…
Sou eu que nada sou!
Sou eu, o destino é meu,
Sou eu a quem tudo dou.
Sim, sou eu…
Sou eu que nada sou!
Sou eu, o destino é meu,
Sou eu a quem tudo dou.
há trombas d'água investindo nas tubagens adjacentes aos caminhos abandonados onde as palavras resultam dum ócio glorificado quando as pautas chilram cantigas e o vento as leva para as serranias da agudeza.
foi a escassez de prazer que me pôs a nadar contra o vento no oceano da monotonia; foram os castos dizeres a perturbarem-me com adivinhações engendradas por uma confraria de heréticos: foi quando a alma endureceu.
catapulto mensagens sobre as funestas lembranças que me fazem progredir retomando a leitura de opúsculos que me baratinam a consciência: é o mistério prensado na banheira onde eu lavo os remorsos; é a sideração dum trambolho emocional que se conta em muitas palavras.
coloco-me na antevidência duma jornada que se concebe incendiando o matagal onde se escondem alguns escritores talentosos: nas suas obras há filamentos da própria cultura esticados num apego constante à clivagem e à fantasmagoria.
as metáforas jazem nos pedestais da agonia urdindo contundências; ribomba a má-sorte progredindo nos terreiros onde reclamam as criaturas: os seus protestos admoestam as ladainhas e suspendem as ilusões.