Vítimas do acaso
Autor: Inês Duarte on Monday, 30 May 2016

Um dia que eu me vá embora,
Não chorem com saudade.
A minha poesia é uma história,
Que carrego na memória,
E não quero mais contar.
Estou cansado, o meu corpo deitado, gasto,
A minha alma quer liberdade.
O meu coração mal-tratado ameaça deixar-me,
Parar de bater, e desligar-se.
Do topo deste prédio,
Só preciso de um passo.
Gratuito remédio,
Para terminar com o tédio,
Que me prende neste espaço.
Falta-me a coragem,
De saber que vais sofrer.
voltejam querelas sobre os mastros das tentações a caminho de poentes que nós fotografamos para ostentar ao mundo as sobras dum repasto cruel (a fímbria da vida é soprada por grandes mistérios, a corda que nos agarra impede-nos de perecer...).
há narrativas que são como sereias cantando num hospital ou têm a agitação tormentosa daqueles que perguntam por si ao descobrirem-se num deserto coletivo; são um mealheiro de paródias frívolas que respondem pelo nome de eloquência.
a poesia imiscui-se nos tratos revelando a sua aptidão para sensibilizar os leitores com os seus ímpetos irónicos; tem lastros de sensibilidade que alcançam um eremitério onde pulula a saudade; é uma quimera assestada à realidade com todos os apetrechos duma patuscada cerebral.
Tu sim tu porquê plagias as minhas dores
As minhas mágoas e sofrimentos
Tu sabes que o meu sofrimento não é igual ao teu
Porque eu não sou tu
Tu sim tu porquê plagias o meu amor
Ele é só meu e não é igual ao teu
Tu sim tu porquè plagias a dor da minha alma.
Se a tua não é igual à minha, cada alma é única.
Tu sim tu porquê plagias as minhas palavras escritas.
Em poemas, versos ou desabafos
Se tu não sentes da mesma maneira que eu sinto.
Quando escrevo os meus sentimentos.
Dos dissabores da vida, componho um canto de paz e os sonhos dourados transfiguram-se em realidade a clara e imensa luz que tua presença me traz traduz-se nestes momentos de suprema felicidade Eu te dou este sol, em resposta aos teus ais e tu o recebes como fonte de eterna mocidade sem saberes que tudo na vida é sempre tão fugaz como a centelha de esperança que povoa a saudade Estes versos que escrevo sem razão ou sentido são emoções recolhidas que minha
Oh, Minha Eterna, Pego da pena para te escrever. Oh, Musa da minha rua, neste instante, A destra percorre os caminhos insinuantes do teu corpo! Te desnudo querida, Ao lançar-te ao vivo pela pena, com tintas coloridas. Teu alvo busto coberto de rendas, brancas como a neve, que escuta o teu soluçar, arfante de desejos. Sei que sois minha apesar de seres tocadas, Por esses macios tecidos, mas sofro.