Desabafo ao mar
Autor: Mónica Silva on Saturday, 6 June 2015Vagueando à deriva
Querer curar a ferida
Esta vida cheia de pressa
Vagueando à deriva
Querer curar a ferida
Esta vida cheia de pressa
Eu não vou falar dos que já morreram, pois por estas pessoas nada poderei fazer. Quero falar de todas as crianças que neste exato momento procura um pão, mas só encontra pedras, pois para elas nada é feito.
Quando eu era criança
Não entendia como a vida funcionava.
Hoje ainda sou criança,
Só ganhei algumas marcas.
Dizem que todo poeta é um deus
Da caneta e o do caderno,
Mas me sinto apenas anjo
Despenada neste inverno.
serei poeta se rimar em mim próprio,
serei poeta se deixar livre o pensamento,
E é por essas sombras
Que minha alma flutua
Tão errante, quanto nua
Transparente e dispersa
Fujo , mas não tenho pressa,
Pois não ouço minha voz.
Eu e o silêncio, a sós
Refletindo este momento.
Sinto o tempo descontrolado,
Como se entendesse parar,
Este não é um caso isolado,
Infelizmente muitos mais virão para contar.
Jogaram-se as cartas fora,
Como se de lixo se tratassem,
Foram todas sem demora,
Para que as memórias também não ficassem.
Somos a noite perdida,