TEM A PALAVRA O POETA

TEM A PALAVRA O POETA

Tu,
Que NASCES com o dom da palavra
E derramas sentimentos na folha de papel!...

Tu,
Que CRESCES com as passadas da tua lavra
E provas da vida o seu mel e o seu fel!...

Tu,
Que SOBREVIVES em rios de tormenta
E fazes das mágoas a tua tábua da salvação!...

Tu,
Que ALIMENTAS sonhos que mais ninguém tenta,
És o Herói de qualquer revolução!

Poeta,
NASCES, para ser o elo entre a Terra e o Céu;
CRESCES, e tudo faz sentido ante a tua sensibilidade;

Passo a passo

Passo a cidade
 
a pente fino
 
rebusco nas ruas
 
o rumo das direcções
 
antes proíbidas
 
transito todos os semáforos
 
ao longo da via com
 
sentido único
 
 
– Enterro na lápide do tempo
 
todas as esperanças
 
possuídas na dimensão
 
de uma clemência fortuíta
 

VIVER

“” A melhor parte de mim, 
Cantava e dançava 
Parecia louco e assobiava 
Mas era a melhor parte de mim
E mesmo assim ainda habita
Em mim a esperança
Que a criança crescida que sou
Nunca morra, mas corra
Pelos becos da vida
Em busca de respostas 
Atrevidas, 
Que ousem confirmar
Que o belo é viver...””

Sei...

Sei... Foi breve e frágil o tempo que partilhamos, Agora é tarde, sei pelo brilho das estrelas, pelo mar vertical de águas opalinas e calmas dos teus olhos, sei pelo luar cobrindo o teu corpo fazendo minha tamanha beleza, sei pela tua boca que eu beijava ainda antes de abrir os olhos, mesmo antes de respirar, sei pela origem da medida exacta de todas as chamas por onde oscila o desejo e a euforia, sei pelo tamanho da crueldade, a cada nova memória, a cada beijo esquecido como é tarde o breve e frágil tempo que partilhamos. J.L

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