MONÓLOGO DO POETA

MONÓLOGO DO POETA

Olá o que estás magicando e vendo?
Vai-te embora poeta com ar perverso?

Olha vai tu……..
Vou para aonde? Aqui vou escrevendo,
voando no verso…

Fraca desculpa, não é razão absoluta!
Anda, sai, vai para o teu Universo.

Olha vai tu…
Nesta persistência que persiste,
nas frases gastas, o poeta está nu…

Nós... os portugueses

É o pouco que nos une.
Um grande país de loucos
somos nós os filhos muitos
somos tantos portugueses
somos tantos tontos
e tão poucos loucos.
E a carne no assadouro
na fogueira das vaidades,
e poucos pagantes fregueses.
Haja quem nos pague
os poucos!
Há sempre quem nos gaste
os porcos!
E a carne ao lume que arde
dos loucos!
São tantas as vezes que arde
a carne!
E a dor que vem tão tarde.
quase sempre,
somos tão poucos às vezes,
porque somos tantos?

Fossem meus olhos...

Fossem meus olhos
 
bordados nos imensos céus
 
onde pairam os silêncios teus
 
e então trocaria de vez
 
o sentido impaciente com que descrevo
 
nossa entrega
 
sem indiferenças nem contemplações
 
à luz de plenas
 
recompensas e escravizantes ilusões
 
 
– Que me ornamentes as palavras
 

Essa luz...

Reflecte-me essa luz
 
que toda a manhã de ti
 
se desprende espantando
 
a noite
 
despindo o dia que celebramos
 
em estações frutíferas de amor
 
 
– Irrompe comigo
 
neste jazigo onde ressuscitámos
 
toda a poesia em nós viva
 
em secretas clausuras
 
de ternura e valentia
 
 

Pages