os cardos da memória
Autor: António Tê Santos on Monday, 23 January 2023reluzem os pensamentos que exaltam as viagens ao meu interior; que colocam as querelas no cenário que me torneia através dos riachos buliçosos da minha poesia.
reluzem os pensamentos que exaltam as viagens ao meu interior; que colocam as querelas no cenário que me torneia através dos riachos buliçosos da minha poesia.
deposito a razão no cerne da alma para robustecer os sonhos que inventei; para expandir os meus langorosos momentos; para compor uma poesia que consagre o meu historial doloroso.
junto ao pedestal da alegria homenageio o empenho da franqueza contra a deslealdade humana: contra aqueles que entalham as suas palavras num caixão; contra aqueles que defendem a hipócrita estrutura que os rodeia.
A roupa rasgada no canto da cama
o cheiro da flor invade e machuca
e entao foi assim
teu corpo escorregou fora de mim
tuas maos disse nao e se afastou
ta podemos beber o mesmo vinho
e as horas amarga
nao passa
posso lhe chamar de meu amor
e se for proibido
diz que sim
ai podemos sair numa noite desta cidade
e se perder num trem destes
e foi do jeito que vc quiz
um blues e nada mais.
nao se diz adeu quando volta e se voltar fique a vontade...
tenho o esmero dum poeta maldito quando ascendo a montanha sagrada da literatura; quando ultrapasso as provações com mensagens que robustecem o meu caráter; quando pelejo contra a ruindade humana.
Sou famoso desbravador das trevas,
bato asas no inferno tão escuro,
Às vezes sou também senhor dos tremas:
nas ligações dos nervos, e com tudo
que compõe o seu corpo sem as prévias
Eu sinto nas minhas mãos
as coisas desvanecendo
como poeira cósmica.
Percebo nas existências
efêmeras meu desejo,
a vontade de voar
seja no cosmo ou então,
o desejo de limpar
a poeira da sujeira
póstuma.