Poema da liberdade

Poema da liberdade
 
Vai meu poema
assim tão rápido 
te reproduzas livre
nesta inusitada e errante
palavra ressurgida
na manhã que incandescente
desfalece
na metáfora resignada 
de um poema tão farto
 
Vai e maquilha-me
o tempo
tão grato que me escorre
entre as mãos
como a vida tantas vezes insubordinada
tão navegada na correnteza
de um rio sem água

Sem demora...

Sem demora...
 
Sem mais demora
regressemos juntos agora
porque a perda hoje
de mim já não é total surpresa
pois entro na noite silencioso
e consigo destronar
de mansinho teu horizonte adormecido
e assim me abrigar
até ao gosto amargo da minha tristeza
que em mim percorre...devagar...devagar
até completo em ti me barricar
FC

Breve momento

Breve momento
 
Quisera eu
recolocar-me por inteiro
entre abraços e beijos teus
reconduzir minhas nuvens
por um imenso perfumado céu
despejando em ti todo um
aguaceiro colorido no tempo
 
Concedam-me por favôr
a inexistência de uma dor
onde o erro foi
somente pedir um pouco
só de mais principio
do que o fim que já
se apróxima tão tardio no tempo
porque com pena

CADERNOS

reparei agora
onde vivo
 
partes de mim,
separadas,
povoam cadernos
 
desenhos do meu intelecto
vivem entre linhas intemporais
 
sonhos
   começados
   inacabados
 
contam histórias
abafadas pela imensidão dos tempos
 
mas hoje
por detrás das metáforas que o lápis traça na minha mão
 
vivo e cresço

A Parte - 2

A Parte

 

Há uma parte de mim que não é minha, no entanto está comigo

Estranhas essas coisas que estão conosco e não são nossas

Talvez sejam nossas defesas, ou quem sabe como anticorpos

Mas não é nada orgânico, embora exerça influencia sobre

Coisas que vamos agregando ao longo da vida em nós

E com essas coisas construímo-nos, a parte

 

Charles Silva

Avassalador

Avassalador
 
Houve dolorosas palavras?
meias verdades.
uma solenidade convertida?
mudaram-se tempos 
e quem deu ao poente minhas
outras lembranças ou vontades?
quem me induziu à verdade
sem ter mais porque implorar
a razão é somente
uma simples proeza
no dom das palavras adornadas
todas minhas
todas tão belas
ímpares
e pujantes
até mesmo quando na despedida

Amar e amar

Amar e amar

 

Amar e amar, viver mais um sonho

Não querer acordar, somente amar e amar

Sonhos fugazes que não se pode levar

Sorriso sincero de um olhar tão tristonho

 

Amar não só em palavras exíguas

Vivê-lo a todo o momento

E tê-lo perenemente em meu pensamento

Até em momentos deveras impossíveis

 

Amar e amar, ter a esperança

De um dia encontrar um grande amor

Vivo a sonhar com tal esperança, pequena criança

 

Amar em sabor esquecendo a dor

Tendo no peito a velha esperança

De um dia viver o meu tão desejado amor...

 

Por Leandro Yossef 25/10/2013

Espaço restrito...

Espaço restrito...
 
Firmada numa fé tamanha
estão todas as respostas
irrevogáveis e sem medida,
e eu,despercebido
jamais me encantaria
com as borboletas,
o sol, o mar , as estrelas
e a vontade que tenho 
de viver desesperadamente
se não pudesse por fim 
encontrar-me e restituir
à vida consumida
o meu espaço restrito
feliz e outorgado
numa alma assim emancipada

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