Óh!

Preciso fugir de tudo isto

Há muito que as decepções

me perseguem.

Há dias cheios de cores

E muitos perdidos 

na bruma do esquecimento.

Enegrecidos pela escuridão maldosa.

Houve um tempo em que tudo importava.

 Na busca pela perfeição.

E eu vejo tudo agora

Tão imperfeito!

Esta busca sempre, causou-me aflição.

Preciso fugir desta cidade fantasma

Que mora aqui dentro de mim.

Muits vezes ela machuca.

E tenho medo vir a ser

Mais um na solidão.

Preciso entender esta vida.

Será que sabemos?

Será que sabemos? à minha filha Noemi
 
Será que sabemos, 
que a alegria caminha lado a lado 
com a tristeza, 
a vida com a morte, 
a fartura com a escacassez, 
as vitórias com as derrotas.
Será que conhecemos 
os amigos que temos, 
os abraços fraternos que não demos, 
os mares que afinal nunca navegámos.
Será que sabemos, ou fingimos não saber, 
as palavras que não dissemos, 

Reconciliação

Reconciliação
 
Reconciliamos hoje todo
o compromisso com Deus 
deixemos verter nossa Fé tamanha,
pelas ruas silenciosas da meiga esperança
mesmo que tantas vezes penosa
mas outras , quantas,movendo montanhas
e o coração sabe...que na força e no encanto
das palavras leigas
ainda podemos intimar este desígnio
imenso numa jornada transcendente
onde redimimos na hora concludente
o que vai raiando entre tantos dias

Pitada

 

Um abraço coberto, um beijo recheado, um sopro doce sobre os cabelos molhados.

Na madrugada deserta o frio cobre os sentidos e o porto quente encontra-se nos nossos sorrisos, o sentimento feliz que aconchega a nossa alma.

O vendedor

O Vendedor

 

Vendo meus vícios e pode pagar no cartão, a perder de vista

As ideologias eu já me livrei delas no passado, não dispomos em estoque

Unha encravada tô alugando por Leasing ou consignado, desconto em folha

Aquela tosse pode levar de brinde após qualquer negócio em nossa loja

Câimbras na panturrilha alugo desesperadamente, sem fiador

Dois graus de miopia em 10 suaves no cartão, sem juros

A ressaca da segunda feira, não alugo, não empresto e não dou

 

Amor Tranquilo

Amor Tranquilo

 

Quem sabe a sorte de um amor tranquilo nos permita adormecer de conchinha
Talvez o amor tranquilo esteja bem ali do lado, onde sempre esteve
A sorte agora é permitir-se adormecer de conchinha
As noites frias denunciam se você teve a sorte de um amor tranquilo

 

Charles Silva

 

 

Perpétua solidão

Perpétua solidão
 
Partindo hoje daqui
abeiro-me de mansinho
da inércia resoluta
que nos braços teus 
encobre
tantos ternos olhares 
de alegria quase voraz
sinto-o hoje como doces apaixonados cantares
compelindo-nos de verdade
a bordo desta serenidade indiferente
como sabores da terra
que em nós se planta genuinamente
enriquecendo os oceanos
sempre navegados

Apresentação do livro Fragmentos- Duetos de João Murty na Rádio LusitâniaCB

 

 

Será feita a apresentação do livro Fragmentos-Duetos de João Murty na Rádio LusitâniaCB. Para além da apresentação da obra serão lidos poemas de todos os que fazem parte deste livro.

 Sabado- 21.00, com repetição na Terça feira- 01.00 no Programa Cordel de Palavras.

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