Do meu postigo

              Do meu postigo

 

Lá na serra, na minha casa em pedra,

Vejo o sol a raiar por um postigo.

E a lua , a surgir num monte antigo,

Nesta casa da serra, feita em pedra !

 

Sobre o esbelto esteio, erguido em pedra,

Ali mesmo, juntinho ao meu postigo,

Poisa  alegre, a rola, canta comigo,

No esteio da minha casa em pedra.

 

Nos montes, há carqueja, que aí medra !

E o tojo bem vestido, como eu digo.

Vejo a <Serra Amarela> do  postigo,

Dessa casa da serra, feita em pedra !

A timidez

Na tarde cinzenta onde as folhas caiam esgotadas, conseguiam encher a calçada fria, pelo passeio no seguimento até a cidade, o andar inocente caminhava só ainda longe de afeto e paixão, o reflexo nas montras demonstrava o ar cabisbaixo, quando tem um incidente um toque frontal, levantou a cabeça de rompante e deparou-se com a mulher mais linda do seu mundo, o céu abriu e ficou com tons de azul as folhas pararam de cair.

Noite de chuva

De noite quando dormia, pareceu-me ouvir um barulho ensurdecedor, algo familiar de memória quando ainda era criança, o som agressivo da chuva a cair nas telhas frágeis do meu quarto, na cama feita e medida ao meu tamanho, compatível com todas as minhas dúvidas e mistérios de menino, as árvores agitadas dançavam aos comandos do senhor vento, a água da chuva não parava pelo contrário, um som constante nos meus ouvidos, era atroador

Regresso ás aulas ( recordar é viver)

Lembro com tanta saudade,
o meu tempo de estudante,
dos cadernos personalizados,
e dos livros forrados a papel autocolante...
Lembro do cheiro de Outono,
que do meio das páginas saltava,
quando com pressa desfolhava,
o futuro que neles espreitava...
Lembro do entusiasmo,
do nervoso miudinho,
que era o meu companheiro,
quando me punha a caminho...
Recordo o amontoado de cadernos,
que carregava nos meus braços,
que dificultava e muito,
a troca frenética de abraços...

Imagem e semelhança

Imagem e semelhança
 
Agora é tempo de confraternizar
nada contradizer
porque afinal é esta
a hora matemática
em que escolheremos
pragmáticos, afinal
entre o bem e o mal
resistir sem contrapartidas
sem sequer antagonizar
com aquelas manhãs 
coloridas de uma auréola postiça 
investida de mais esperança
coniventes e até imunes
aos gritos clementes
de quem não tem

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