Matei as palavras

Matei as palavras

 

Pudera eu dizer-te com palavras

o que carrego dentro,

mas as palavras são sons sem sentido

para o que sinto crepitar dentro.

E as palavras

matei-as,

degolei-as com as minhas próprias veias,

E o silêncio abracei para sempre...

Palavras?!

Para quê?

Se já estão mortas!

Quem com o coração não sente,

Não é com palavras que entende!

agora

AGORA
no meu refúgio tranquilo
sou um homem solitário
AGORA
o meu sonho desapareceu
mas, permaneço iludido
AGORA
nesta velha cabana
alimento a ideia de...
AGORA
permaneço aqui
tão só quanto a lua
AGORA
sob a areia da triste praia
olho o mar
AGORA
já sem esperança
só me resta morrer
AGORA
meu amigo
é O FIM.

Manhãs velozes futuros perdidos

Tu queres o limite obeso da vontade

E da excitação?

Terás da prova o regalo.

Digo-te!

Preparas vossa alma

Para adentrar o maior dos mais profundos buracos

A escuridão maior da não evasiva perdida treva.

 

Bem que assim o fiz

Que assim te digo,

O vulto poeta no exceder de todos jubilosos verões

Veraneios “charmosos” de todas as estações que palpitam

Quentes às severas hóstias de veneno,

Com risadas a valer por tudo.

Bem havia nisso o escárnio indecente

O tempo pára

O tempo pára
Na ferida que não sara
E ninguém nos leva o chão

O luar não acaba
Vive do nosso grito de ave
Em suspensão

Somos de mãos dadas
E as coisas submersas em nós
Eternas até ao fim

As palavras são fechadas
Em paisagens brancas
E o silêncio morre em nós

Ontem senti falta de vossa mercê

Ontem senti falta de vossa mercê

Ontem senti falta de vossa mercê...

Quanto no ínfimo átimo de um pensamento, lembrei...

Tudo voltara como num ocaso incontestável... Senti falta deveras!

Decerto já se passaram muitos meses, quiçá até um ano, mas, de presto tudo voltara, voltou quando eu em um lugar caminhava e recordava...

Sim recordei às conversas, os telefonemas após um dia intenso de labor, lembrei tua voz...

Não chorei deveras, fui forte eu sei, posto que fora tudo uma breve ilusão, famigerada paixão, mas recordei vossa mercê...

MUNDO AMARGO

Afogado no silêncio,
Hoje eu sou um suicida!
Todo mundo morre um pouco,
Quando sofre nesta vida!

Consumindo o fel das horas
Quem me vê logo se assusta.
Todos perdem a doçura,
Quando a vida lhe é injusta!

Com os olhos marejados
Entreguei-me à solidão!
Só quem foi injustiçado
Não sabe dizer “Perdão”!

Lamentando a minha sina,
A pena que foi-me imposta,
Todos vão me perdoar...
Este mundo me desgosta!

a m i z a d e

T u d o i s t o p o r q u e a a m i z a d e
n ã o e s t á N o f u n d o d e u m
s a c o d e p l á s t i c o d e s c a r t á v e l ,
n e m n a c u r v a d o f i m d a r u a .
T u d o i s t o p o r q u e a
a m i z a d e
p o d e e s t a r a q u i A o l a d o ,
e m t i . . .

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