póstumo

um repasse escuro e frio na parede caíada
a brisa gelada que foge esguia pela janelas
é a noite mais longa que impede a alvorada
apagando o sol posto pintado em aguarelas

Traços tremulos riscam rugas da mão mais velha
banham-se pincéis gastos em copos de cerveja
e a tela que nasce no corpo amante quase filha
minha e da sorte maldita da pintura a aguarela

COMPENETRADA POESIA

O desejo da poesia,
Que habita em toda harmonia.
De um lugar importante,
Do coração constante.
Essa poesia semeada,
Que nasce pelo caminho de minha estrada.

Essa poesia que penetra no recôndito do coração,
Desvendando a vida em sua sensação.
Poesia que se ouve dizer,
É uma poesia compenetrada cheia de prazer.
Que olha fixamente na vida presente,
De refletir o poder de ser somente.

Amor feito sexo

Corpos suados… molhados…

Num frenético ondular  animalejo

Inspiram … respiram…suspiram…

Colam-se na selvagem simetria do desejo.

Juntam o côncavo com o convexo

Numa excitante harmonia

De corpos sedentos de sexo

Depois …

Cansados… suados… e saciados

 Languidamente e sem pudor

Caem p`ro lado soltando

Longos suspiros de amor…

Ousadas carícias

No recato quarto

sobre lençóis de fogo de carências,

entrego-me ás ousadas carícias.

A polpa do fruto arde lentamente

como a espada elástica da noite,

a mão rítmica aprofunda o abismo,

 que desaba todo o império de gemidos, e

pelas curvas proféticas suava,

expelindo o odor puro do prazer.

 

Gila Moreira 14/02/2014

Cavalo de Fogo

Meus dias galopam na sua própria garupa

à  procura dos teus,

meu sangue quente corre veloz

como cavalos em fúria nas artérias,

salta a cerca e penetra no meu pasto com fome infinita,

bebe - me e sacia a sede no meu riacho, entre longas montanhas

que ardem como o cavalo de fogo,

dançando sobre o lume em suaves gemidos.

 

Gila Moreira 14/02/2014

Pages